(Foto: Nuno Marque/Unsplash)
Em junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou aumento nas bandeiras tarifárias. A bandeira vermelha patamar 2, a mais cara, teve o maior reajuste, de 52%, e passou de R$6,24 para R$9,49 por 100 kW/h consumidos. Com o aumento, especialistas apontam que, em média, o custo da energia para o consumidor subiu 5%. A mudança na tarifa está relacionada ao período de estiagem no Brasil, que impactou diretamente a geração de energia nas hidrelétricas. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o Brasil passa pela pior crise hídrica dos últimos 90 anos.
Como alternativa contra os aumentos na tarifa de energia elétrica e o risco de desabastecimento, é cada dia maior o número de consumidores que optam pela energia solar fotovoltaica. “Além da solução para a crise hídrica e de uma economia que pode chegar até 95% na conta de luz, a energia produzida pela captação do calor e da luz do sol protege o meio ambiente por ser uma fonte limpa e renovável”, cita Lorrayne Christina Coelho Faria, engenheira eletricista, especialista em automação.
Automação e energia limpa
De acordo com a especialista, a pandemia influenciou nas prioridades dos moradores. O brasileiro quer casa automatizada, com geração de energia limpa. Essas são algumas das prioridades apontadas na pesquisa “Casa do Futuro”, realizada pela Hibou – empresa de pesquisa e monitoramento de mercado e consumo, em julho, com 2.398 pessoas de todo País.
O relatório aponta mudanças de comportamento e consumo bem interessantes com o passar dos anos, e a simplicidade, o conforto e a segurança do lar estão em alta entre os brasileiros. A casa do futuro reúne a comodidade de uma casa aconchegante e sustentável com as tendências tecnológicas que, em breve, farão parte da maioria dos lares do Brasil, como o painel solar e a automação residencial.
Nos últimos anos a tecnologia de energia fotovoltaica evoluiu de forma significativa, tornando os equipamentos mais baratos e eficientes. Além disso, a vida útil desse sistema é de 25 anos em média, com manutenção sendo feita duas ou três vezes por ano. Desse modo, essa é uma fonte de energia cada vez mais acessível, podendo ser instalada em telhados, solo, fachadas e na água.
“Para ter acesso às instalações inteligentes com segurança nos processos, o trabalho do engenheiro eletricista habilitado é imprescindível”, garante Lorrayne, apontando que instalações mal dimensionadas podem danificar a rede elétrica e os painéis fotovoltaicos. “O desempenho da geração elétrica fica prejudicado e há risco de incêndio e até mesmo de não conseguir a permissão de instalação junto a concessionária de energia da região”, alerta.
Eletricidade no País
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil ultrapassou a marca histórica de 10 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica, em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos, e entrou para o grupo dos 15 países com maior geração de energia solar do mundo. Ranking liderado pela China, Estados Unidos e Japão.
Minas Gerais lidera o ranking de estados brasileiros com maior potência instalada, com 1.142,9 MW, responsável por 18,1% da capacidade nacional. Goiás ocupa a sexta posição, com 334 MW, representando 5,3%.
Dados da Absolar apontam para mais de R$52,7 bilhões em novos investimentos e 300 mil empregos acumulados desde 2012, deixando o setor de emitir 10,7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Somados, os sistemas fotovoltaicos representam mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América Latina. Isso reforça o papel estratégico da tecnologia no suprimento de eletricidade no País, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional.