Quantas vezes chegamos em casa, cansados, depois de um dia de trabalho, e tudo o que queremos é cair no sofá e esquecer do mundo? Os móveis são peças-chaves em qualquer projeto arquitetônico ou de design de interiores. Além de confortáveis e de qualidade, eles imprimem personalidade ao ambiente. E, quando chega no início de um ano novo sempre dá aquela vontade de mudar algo em casa, seja um item de decoração ou mesmo o mobiliário.
Contudo, adquirir uma mobília nova ou trocar a que temos, não é tarefa fácil. Algumas variáveis são fundamentais na hora da compra. Quem nos ajuda a decifrar esse universo é a arquiteta Michele Turchi, uma das sócias da Acervo, loja de móveis de design contemporâneo e autoral de Brasília. Confira:
De olho na qualidade
“A ideia de comprar uma mobília de qualidade é para você não ter que ficar trocando toda hora, porque são peças que acompanham a gente por muito tempo”, afirma Michele. A arquiteta destaca alguns pontos que são fundamentais na hora de escolher um móvel, como o acabamento, a estrutura e o estofamento. Claro que dependendo do objetivo com aquela compra, existem critérios que merecem ser levados em conta.
“Quando você pensa em peças-chaves para a casa, como sofá, uma mesa de jantar, uma cadeira, que são peças de uso intenso, acredito que vale muito a pena você investir em um móvel um pouco mais caro, mas que vai te permitir ficar com a peça durante muito tempo. Até se você enjoar, se você comprou uma peça de qualidade, você consegue colocar outro estofamento e usar por mais tempo”, complementa. Michele também pontua a importância de se comprar de uma indústria certificada, com procedência, que vai garantir a qualidade dos materiais usados na produção da peça.
Design autoral e com personalidade
Ter um móvel de design contemporâneo e autoral em casa é como ter uma obra de arte. Eles imprimem personalidade ao ambiente, já que carregam um conceito diferenciado. E nada melhor que chegar em casa, olhar para uma peça e se identificar com ela, certo? Contudo, vai além disso. Segundo Michele Turchi, a assinatura de uma peça funciona quase como um atestado de qualidade. “Normalmente, uma mobília que tem um design assinado, é uma mobília de qualidade. Se alguém se dispôs a desenhar aquela peça, teve um cuidado estético, também vai ter um cuidado com a produção”, conta.
Praticidade no dia a dia
“Se você tem criança em casa, animal de estimação, isso é muito importante de se levar em consideração para garantir a durabilidade das peças que você está escolhendo”, afirma a arquiteta. O leque de opções de acabamentos, tecidos, texturas é muito grande e isso facilita na hora da compra, permitindo que o cliente customize a peça. “Você não precisa abrir mão de ter o móvel dos seus sonhos, só precisa adequá-lo à sua realidade”, comenta Michele.
Equilibrar o orçamento
Em um primeiro momento, fazer o orçamento de um móvel novo pode assustar pelo valor. Contudo, Michele garante que é possível encontrar mobília de qualidade com preços interessantes e competitivos. “O Brasil produz muito móvel, claro que não vai ser super barato, porque existe um custo pela qualidade, mas é possível adequar ao orçamento de cada um. E isso é fundamental, a compra precisa caber no bolso”, conta.
Peças coringas
Além de esteticamente bem resolvidas, algumas peças são coringas, ajudam muito no dia a dia de uma casa e valem o investimento. Entre elas, Michele destaca as mesas de apoio. “Para mim, o que faz diferença no dia a dia são essas mesas. São super práticas para você servir e são peças móveis, que você leva de um lugar para outro”, detalha. Iluminação também é outro fator importante. “Ela dá o clima. Então, ter luminárias soltas, de mesa, de piso, mais do que investir em um projeto de iluminação fixa, você ganha versatilidade”, explica.
Curadoria de móveis
“Não é sobre ter muitas coisas, é ter coisas importantes, que fazem sentido”, destaca a arquiteta. Michele indica que, na hora de comprar a mobília, é importante levar em consideração todas essas dicas e pensar primeiro no que será confortável para você, o que promoverá identificação, até para você não gastar de forma desordenada.
A arquiteta também sugere que se aposte na riqueza visual na hora de adquirir novas peças. “No conjunto, vale você mesclar cores, texturas e estilos para você não ficar com casa com cara de showroom. É preciso ter riqueza visual e não ser monótono. Fica legal você descombinar e misturar um tecido no sofá, com o couro na poltrona, com a cor diferente no tapete. Isso que vai dando camadas de personalidade para a casa”.