Entenda a diferença entre cosméticos tradicionais, naturais, orgânicos e veganos

Foto:divulgação

Com o crescimento da tendência slow beauty, movimento que propõe um novo olhar sobre a rotina de autocuidado e beleza a partir de três pilares básicos: sustentabilidade, saúde e consumo consciente, podem surgir dúvidas sobre o que consumir. Diante da variedade de produtos no mercado de beleza, com a proposta de ‘consumo consciente’, o que realmente vale a pena levar para casa?
Para falar sobre o tema, a fundadora da marca de cosméticos orgânicos certificados, Caroline Villar, explica as diferenças entre cosméticos tradicionais, naturais, veganos, orgânicos, e a importância de ter um olhar crítico sobre a escolha do mais indicado.
“É importante entender cada categoria para que o consumidor não caia na estratégia que o mercado vem chamando de greenwashing, que são empresas e produtos que se dizem sustentáveis, mas que não são na prática. Quanto mais as pessoas se interessam por assuntos relacionados a sustentabilidade e meio ambiente, maior a necessidade de educar o consumidor sobre as diferenças de cada tipo de produto”, diz a fundadora da marca Souvie.

Cosméticos tradicionais
“Cosméticos tradicionais ou convencionais são derivados de ingredientes sintéticos ou artificial, geralmente desenvolvidos em laboratórios, como petrolatos, parabenos, propileno, amônia, corantes e fragrâncias sintéticas. Esses produtos prometem resultados milagrosos, mas afetam muito a saúde da pele a longo prazo, causando reações alérgicas, intoxicação e, em alguns casos, doenças mais graves. Além disso, tais substâncias tóxicas poluem também o meio ambiente”.

Cosméticos naturais
“De acordo com o Instituo Biodinâmico (IBD) e Ecocert, cosméticos naturais devem ter, no mínimo, 95% de seu conteúdo total composto de matérias-primas naturais, como manteigas e óleos vegetais, lanolina, corantes e pigmentos naturais, óleos essenciais, extratos vegetais, minerais e polímeros naturais. E não devem conter vários outros componentes, como derivados de petróleo, corantes e fragrâncias sintéticas, silicone, além de não poderem ser testados em animais”.

Cosmético veganos
“O cosmético vegano não pode conter ingredientes de origem animal, como mel, leite, cera de abelha e derivados – sendo alguns desses permitidos em cosméticos naturais, por exemplo. E é importantíssimo que ele não tenha sido testado em animais. Porém, esse tipo de cosmético pode não ser natural ou orgânico. Além disso, é possível que ele seja totalmente sintético e ainda assim ser considerado vegano”.

Cosmético orgânicos
“Os cosméticos orgânicos costumam ser confundidos com os naturais pelas matérias-primas permitidas, porém o que os diferencia é que, no mínimo, 20% das matérias-primas devem ser provenientes da agricultura orgânica, ou seja, sem resquícios de pesticidas ou agrotóxicos. Existe uma lista de ingredientes sintéticos permitidos, desde que não sejam prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, para compor os outros 5%. Vale lembrar que para este cálculo, a água não entra na conta e existem outras particularidades. Cosméticos orgânicos certificados devem apresentar os percentuais de ingredientes de origem natural e ingredientes provenientes da agricultura orgânica nas embalagens.
Além de cuidar de todo o processo, desde plantação e colheita até o desenvolvimento de produto, é preciso dar segurança ao consumidor que o cosmético é realmente orgânico. Isso só é possível por meio dos selos cedidos pelas instituições responsáveis por auditar esse tipo de cosmético, como Ecocert, IBD, Natrue e USDA”.

Qual consumir?
“O consumo consciente cresceu exponencialmente nos últimos anos e a pandemia reforçou o interesse do consumidor em produtos e marcas sustentáveis, que tenham um propósito maior do que apenas promover a estética. Então, o cenário está conduzindo os consumidores para uma reflexão acentuada sobre as marcas e seus propósitos. Foi-se o tempo em que preço e rótulo eram fatores decisivos para compra. Hoje, o posicionamento das marcas para questões como propósito, o que ela devolve para o planeta e valores são fundamentais. O consumidor não se contenta mais com um produto que promete algo para o hoje, tornando a questão sobre qual marca consumir muito mais complexa diante do cenário atual”.

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