Neste período de isolamento social o rosto ficou em extrema evidência nos bate papos em vídeo, lives e ‘quadradinhos’ das salas de reunião virtual. As imperfeições que antes não eram tão sentidas ao se olhar no espelho refletiu no aumento da procura por procedimentos estéticos e cirúrgicos para corrigir insatisfações na fisionomia, principalmente no público jovem.
De acordo com a doutora Patricia Marques, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, uma das reclamações mais recorrentes no seu consultório nos últimos tempos foram as queixas sobre o tamanho desproporcional da testa, principalmente entre os jovens mais expostos nas redes sociais. Para quem se sente desconfortável com essa desarmonia, a frontoplastia é a cirurgia mais indicada.
Segundo a cirurgiã plástica, que é pioneira da técnica no Brasil, o procedimento consiste em avançar o couro cabeludo para frente por meio de um corte na margem do cabelo, reduzindo o tamanho da testa e adequando a proporcionalidade facial. “Apesar da técnica já ser conhecida, a procura quase dobrou nos últimos meses, em sua maioria mulheres entre 18 e 30 anos”, pontua.
Por ser um uma cirurgia relativamente nova no país, pouco se sabe sobre os benefícios da operação e como ela funciona. A especialista, responde as dúvidas mais frequentes para quem pretende realizar o procedimento.
- Qual o tamanho da redução que posso esperar?
Não podemos dar um número preciso antes da cirurgia, pois pode variar de paciente para paciente de acordo com a elasticidade da pele, mas a média é uma perda de 2 centímetros, às vezes um pouco mais. Porém, mais importante do que um número na régua, é a capacidade de adequar a proporção do terço superior em relação ao terço médio e inferior do rosto, deixando-o o mais harmonioso possível.
- Pode ocorrer paralisia facial após o procedimento ou alteração de estruturas faciais?
Os nervos motores da face não estão na região operada, então não, não é possível ocorrer uma paralisia. Além disso, a cirurgia por si só não altera feições como a posição dos olhos ou o formato dos lábios. Este tipo de mudança pode acontecer no lifting facial cirúrgico, por exemplo, que envolve incisões nas laterais do rosto, diferente da Frontoplastia.
- É possível ocorrer queda de cabelo?
Em todo procedimento cirúrgico pode haver uma queda de cabelo por alterações hormonais chamada Eflúvio, que dura algumas semanas e melhora espontaneamente. Na Frontoplastia, a técnica que utilizo envolve incisões em forma de ‘zigue-zague’ na linha do cabelo, que protegem os folículos capilares. Conforme as incisões cicatrizam, cabelo cresce por meio delas, o que ajuda a camuflar a cicatriz, por isso é fundamental o tratamento adequado do couro cabeludo. É sempre bom lembrar, porém, que caso o paciente seja homem a cicatriz pode se tornar aparente mais para frente, devido a calvície, sendo recomendado complementar o tratamento com o transplante capilar.
- O pós-operatório é muito doloroso?
A recuperação costuma ser muito tranquila, com pouca dor e inchaço, mas é importante separar duas semanas para descansar bem. A região da cicatriz costuma ficar também um pouco adormecida, mas isto é comum em cirurgias do tipo, e dentro de 3 a 6 meses voltará ao normal.
- A Frontoplastia pode ser realizada em conjunto com outros procedimentos estéticos?
Na minha prática clínica é muito comum haver esta associação, principalmente com outras técnicas de harmonização facial, como a rinoplastia e os preenchimentos com gordura, por exemplo. Mas, claro, devemos individualizar o tratamento, priorizando a proporcionalidade do rosto de cada paciente.