O artista Dalton Paula avançou na Power 100, ranking anual da revista britânica ArtReview que reúne as figuras mais influentes da arte contemporânea. Ele subiu da 87ª posição, em 2024, para o 68º lugar em 2025. Assim, tornou-se o único artista brasileiro presente na lista deste ano.
A classificação reconhece a relevância internacional de seu trabalho e o impacto do Sertão Negro, projeto fundado em 2021 em Goiânia. A ArtReview destaca a prática de Paula como um exercício de pedagogia e construção de comunidades.
O Sertão Negro funciona como escola, ateliê e espaço de residência. O projeto acolhe artistas negros, indígenas e LGBTQIA+, com foco na cultura afro-brasileira e nos saberes ancestrais. Concebido por Paula e pela pesquisadora Ceiça Ferreira, o centro atua fora dos grandes eixos culturais e dialoga com a filosofia dos quilombos.
Narrativas afro-brasileiras
Nascido em Brasília em 1982 e radicado em Goiânia, Dalton Paula tem uma produção marcada pela revisão crítica das narrativas afro-brasileiras. Seu trabalho abrange pintura, desenho, vídeo e performance. Ele já recebeu prêmios como o Chanel Next Prize, em 2024, e o Prêmio Marcantonio Vilaça, em 2019.
Em 2024, Paula integrou a exposição principal da 60ª Bienal de Veneza, “Foreigners Everywhere”, curada por Adriano Pedrosa — que aparece na 44ª posição da Power 100 deste ano. Suas obras já passaram por instituições como MoMA, Pinacoteca de São Paulo e New Museum. Parte de sua produção pode ser vista agora na mostra Acervo em Transformação, no MASP.
A ascensão de Paula na ArtReview reforça a força da arte brasileira no cenário internacional e evidencia seu papel na reparação simbólica de histórias silenciadas.














