Em evento promovido pelo Flamboyant, Francisco Bosco debate a Reinvenção Masculina

Filósofo, ensaísta e apresentador do GNT analisou em Goiânia a saúde mental, a polarização e a crise de identidade do homem contemporâneo.
Francisco Bosco e Mariana Ferrão no palco do Conexão Flamboyant - Crédito: Júnior Bueno
Francisco Bosco e Mariana Ferrão no palco do Conexão Flamboyant - Crédito: Júnior Bueno
Francisco Bosco e Mariana Ferrão no palco do Conexão Flamboyant - Crédito: Júnior Bueno

O filósofo Francisco Bosco, uma das vozes mais relevantes no debate sobre comportamento e política no Brasil, marcou sua presença no Conexão Flamboyant 2025 com a palestra Masculinidade na Nova Era. O evento discutiu os desafios urgentes que homens contemporâneos enfrentam, incluindo a crise da saúde mental masculina, o isolamento e o ressentimento. Bosco, apresentador do Papo de Segunda (GNT) e autor de O Diálogo Possível, analisou a necessidade de reinvenção do masculino. Sua análise abordou como a perda do monopólio narrativo exige novas práticas de cuidado e sensibilidade para o gênero.

​Francisco Bosco possui uma trajetória de destaque. Ele foi Doutor em Teoria da Literatura pela UFRJ, presidiu a FUNARTE e foi colunista do jornal O Globo. Bosco também se tornou uma figura popular como apresentador do Papo de Segunda, do canal GNT, programa onde temas como a masculinidade e a saúde mental masculina apareceram com frequência, desconstruindo estereótipos e promovendo o debate sobre o cuidado.

​Sua experiência como autor reforça a profundidade de seus temas. Bosco é autor de obras de referência que se debruçam sobre a crise do debate público e a possibilidade de diálogo, como O Diálogo Possível e A vítima tem sempre razão?. Seu trabalho intelectual convidou à reflexão sobre a polarização e a busca por pontes em um cenário de fragilidade discursiva.

​A Reinvenção do Masculino

​A palestra Masculinidade na Nova Era explorou as transformações desse conceito, abordando a necessidade de os homens se adaptarem a um contexto social em evolução, no qual a sensibilidade, o cuidado e a redefinição de papéis são cruciais. Sobre o tema, o filósofo destacou a importância de reavaliar o papel masculino em paralelo ao feminismo: “Eu acho que está na hora de a sociedade, como um todo, começar a pensar em consolidar e aprofundar a agenda feminista, porque ela ainda tem muito o que avançar. Vemos avanços significativos, como as mulheres performando melhor em todos os níveis de escolaridade no Brasil e nos Estados Unidos. Entretanto, ainda há uma evidente disparidade salarial ligada à maternidade. É fundamental que as políticas públicas e das empresas transformem essa realidade, ao mesmo tempo em que reavaliamos o papel do masculino.”

​Bosco também ressaltou como o ambiente de debate se tornou desafiador, ligando-o à sua obra que trata da polarização:
​“Na minha leitura, há uma vertente da filosofia política que crê no antagonismo profundo – quanto mais radical, melhor. Eu me posiciono em outra vertente. Sou um reformista radical, acredito na busca contínua por um solo comum, na tentativa de produção de consenso e na quebra das resistências que nos afastam do diálogo. É um caminho mais produtivo do que o aprofundamento da polarização.”

A conversa de Bosco foi mediada pela jornalista Mariana Ferrão, e o evento contou também com a presença e as análises da atriz Ingrid Guimarães, do poeta Bráulio Bessa, do filósofo Renato Nogueira e do especialista em inteligência artificial Miguel Fernandes, reforçando o caráter plural e multidisciplinar do encontro.

Leia também:

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Fique por dentro das atualizações do Portal Zelo!
Inscreva-se em nossa newsletter e receba reportagens e outros conteúdos imperdíveis semanalmente diretamente no seu e-mail.

Gostaria de receber notificações da Zelo?

Este site utiliza cookies

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.