O Hamas anunciou nesta quinta-feira (9) o início de um cessar-fogo permanente em Gaza, marcando o fim do conflito com Israel após semanas de hostilidades intensas. O acordo de paz, mediado pelos Estados Unidos e países árabes, prevê a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de prisioneiros palestinos. O documento foi assinado no Egito, em uma fase inicial do chamado plano Trump, e representa um passo histórico para a trégua e a reconstrução do território palestino.
Khalil al-Hayya, líder político exilado e principal negociador do movimento palestino, afirmou ter recebido garantias de Washington, da Turquia e de outros mediadores árabes, reforçando a validade do cessar-fogo. Segundo ele, o recuo das tropas israelenses em Gaza começará ainda hoje, reduzindo sua presença de 75% para cerca de 57% do enclave.
O acordo estabelece que os 48 reféns sobreviventes serão entregues a Israel entre segunda e terça-feira da próxima semana, enquanto o Hamas pediu mais tempo para localizar e devolver os corpos de 28 pessoas mortas durante o conflito. Em contrapartida, quase dois mil palestinos detidos, incluindo condenados à prisão perpétua, serão libertados.
Apoio internacional
O cessar-fogo foi saudado internacionalmente. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, destacaram a importância da trégua e do envio urgente de ajuda humanitária. Abdel Fattah al-Sisi, do Egito, e o rei Abdullah II da Jordânia reforçaram o apoio à criação de um Estado palestino.
Líderes europeus, incluindo Keir Starmer, Pedro Sánchez e Ursula von der Leyen, comemoraram o acordo e se comprometeram a ajudar na reconstrução de Gaza. Até o momento, 153 caminhões com suprimentos já chegaram ao enclave, enquanto a ONU garante estoque de alimentos e medicamentos para os próximos três meses.
O acordo, considerado o primeiro passo concreto do plano de Trump para o Oriente Médio, abre caminho para negociações sobre governança, segurança e recuperação da região. Apesar da trégua, analistas alertam que divergências políticas e ceticismo diplomático ainda podem dificultar a consolidação de uma paz duradoura.