Na contemporaneidade da arquitetura, a cozinha passou a ser um “concorrente” ao título de coração da casa, justamente pela característica de reunir pessoas no local. Mas o fato é que a sala de estar sempre será o cômodo considerado como o ponto de encontro entre os moradores, que se acomodam em frente à TV, como também para conviver com seus convidados.
Geralmente, a sala de estar está centralizada na planta do imóvel e recebe a porta de entrada, o ambiente é que norteia o estilo do projeto decorativo. A arquiteta Andrea Camillo ressalta que “a sala deve conseguir abraçar a todos e proporcionar, ao mesmo tempo, sensações de conforto e segurança”. A depender da sua configuração e dos elementos colocados, ela também pode adquirir múltiplas funções. A profissional listou os pontos que observa em seus projetos.
Elementos básicos
Em contrapartida com a infinidade de opções, alguns não podem faltar em uma sala de estar, independentemente do estilo adotado. Junto com o sofá, a profissional destaca o primor de um tapete, as cortinas para vestir as janelas, almofadas, plantas e uma iluminação sob medida. Confira abaixo o que definir antes de montar o seu ambiente:
1. Layout
De acordo com Andrea, todas as decisões precisam ser tomadas com o layout do projeto em mãos. Esse ‘preview’ abrange tanto a configuração pretendida, como as medidas – que asseguram a harmonia e a funcionalidade do ambiente. “Não podemos abrir mão de manter uma circulação confortável entre o mobiliário, e o ‘diálogo’ nas escolhas realizadas, que envolvem tanto as peças em si, como tecidos, materiais e formatos, entre outras questões”, mostra a profissional.
Outro detalhe é como a integração entre os ambientes já se firmou como uma tendência que permanecerá no estilo arquitetônico brasileiro, o estar mantém sua individualidade, mas de certa forma acompanha as características do décor adotado para o projeto como um todo. “Salas integradas com cozinha amplas ou espaços gourmets funcionam muito bem para conviver e compartilhar experiências gastronômicas”, comenta Andrea.
2. Paleta de cores
Na sequência indicada pela especialista, estabelecer a paleta de cores é fundamental para conduzir a tomada de decisão que é acompanhada pelas texturas e formatos.
3. Elementos
Nessa jornada, a seleção dos elementos é determinante. Entre os critérios que o profissional de arquitetura precisa considerar estão hábitos dos moradores como a frequência em que recebem convidados – que demandará a inclusão de assentos extras –, tal qual a frequência em que utilizam a sala para ver TV ou ouvir música, por exemplo. “Para cada condição, uma resposta”, declara a Andrea. “Costumo iniciar o mapeamento pelas peças maiores como sofás, poltronas e mesas para só depois prosseguir com os tapetes, cortinas e outros adornos que finaliza o ambiente com total maestria”, complementa.
4. Decoração
Depois de definidos os elementos básicos, a orientação é seguir para escolha dos itens decorativos que fazem a diferença, mas que não são tão essenciais para as atividades realizadas na sala de estar. “Nessa fase, consideramos aquilo que vai além da estética. Na conversa com os meus clientes, procuro compreender quais são as sensações almejadas para a sala de estar. São esses desejos que nos auxiliam a trazer os objetos certos”, descreve a arquiteta.
5. Iluminação
Como a luz é capaz de criar a atmosfera sonhada para quaisquer ambientes, para a sala de estar especialista sugere recursos como sancas de LED e a disposição de peças com lâmpadas focadas em aparadores, mesinhas e outros objetos. Outra possibilidade é investir em versões dicroicas – lâmpadas alógenas de baixa voltagem com um interior composto por uma superfície refletora –, ou perfis de LED.
Tornando tudo mais prático
Além dos já conhecidos móveis planejados, que podem otimizar, e muito, os espaços, a inserção de peças ‘dois em um’ costumam resolver a vida dos moradores. “Um pufe pode fazer as vezes de uma mesa de centro, como também servir como assento em ocasiões específicas”, exemplifica Andrea.
Para tornar a manutenção do dia a dia simplificada, materiais de fácil limpeza tornam a vida do morador muito melhor. É o caso dos tecidos impermeáveis considerados para sofás, poltronas e cadeiras, como também a aplicação do porcelanato nos pisos.