Cada vez mais pessoas têm praticado o desapego de roupas, calçados e acessórios que não quer mais, de forma esporádica e não profissional, anunciando as peças para grupos de amigos, mas o número de comerciantes explorando esse segmento também aumentou. Na outra ponta, cresceu também o interesse dos consumidores por esses itens.
Fatores como preços mais baixos, sustentabilidade e possibilidade de encontrar peças únicas e autênticas têm contribuído para esse movimento. Atenta à essa demanda, a comerciante Thaís Moreira idealizou o Encontro de Brechós, que acontece mensalmente, há seis anos, na Rua 15, no Centro da capital. Na primeira edição, 10 brechós participaram, mas hoje, a cada mês, cerca de 100 expositores se reúnem e apresentam seus produtos aos frequentadores do evento que acabou se tornando também uma opção de lazer, com apresentações musicais e praça de alimentação.
“O evento tem ainda essa perspectiva de a cidade ser ocupada pelas pessoas, não só pelos carros. É uma experiência bacana de viver a cidade, encontrar os amigos, se abrir para o novo por meio da roupa usada e divulgar a cultura de brechós, para que Goiânia seja também conhecida como a cidade da moda sustentável”, destaca Thaís, que também é proprietária de uma das lojas que participam do Encontro.
Segundo Thaís, a preocupação com o meio ambiente tem sido também uma das causas pelas quais as pessoas buscam os brechós na hora de comprar. “Elas querem conhecer novas formas de consumo, minimizar o impacto do descarte das roupas. O fator sustentabilidade motiva tanto quem compra, quanto quem vende. Quem vende se orgulha muito por contribuir com essa cadeia, com um mundo mais sustentável e quem consome também. Temos uma geração nova, que já chega no evento com esse intuito, que é anti fast fashion e quer produzir menos lixo”, relata.
Autenticidade
De acordo com a idealizadora do projeto, encontrar roupas únicas e de qualidade também incentiva os consumidores da moda de brechós, sobretudo a nova geração. “Tem gente que procura autenticidade, uma roupa que ninguém mais tenha, especialmente as peças mais antigas, com mais de 30 ou 40 anos. Isso mostra um desejo de se colocar em primeiro lugar, não ser refém da moda padronizada e consumir aquilo que te faz sentido, ressalta.
Para Thaís, a sociedade tem mudado a concepção de que em brechós só se encontra itens velhos e ultrapassados. “Ainda tem muita gente que vê o bazar como depósito de restos, mas isso tem mudado bastante. As pessoas sabem que ali tem de tudo, desde peças de luxo até muito populares, é preciso garimpar, ainda mais no caso do Encontro de Brechós, que é muito diverso, mas que dá para atender a todos”, conta.
A jornalista Lara Leão costuma consumir itens de brechós e já fez compras até em lojas do segmento na Itália. Em Goiânia, sempre que pode, comparece ao Encontro de Brechós. “Eu gosto de comprar nesses locais porque é uma oportunidade de encontrar peças únicas, de bom gosto e que acabam saindo mais em conta também. Além disso, esse tipo de consumo prolonga a vida útil dos itens, possibilitando que a moda seja também mais sustentável”, opina.
A próxima edição do Encontro de Brechós acontece no próximo domingo (10), de 11 às 18 horas, na Rua 15, nº 263, no Centro. Qualquer brechó ou pessoa que tenha itens de desapego pode se inscrever para participar das edições, mediante disponibilidade de vaga, por meio do telefone (62) 98593-7999.