George Orwell: vida e obra de um visionário da literatura

<p><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/george-orwell-a-linguagem-como-construcao-de-poder.html.jpg" alt="Vida de Orwell &eacute; marcada por experi&ecirc;ncias que influenciaram sua vis&atilde;o de mundo e escrita (Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/The Washington Post/AP)" width="800" height="450" /></p>
<p style="text-align: justify;">Sagaz, bem-humorada e consciente das injusti&ccedil;as sociais, a escrita de Eric Arthur Blair se mostra cada vez mais contempor&acirc;nea e necess&aacute;ria. Conhecido mundialmente pelo pseud&ocirc;nimo de George Orwell, o escritor e jornalista ingl&ecirc;s deixou sua marca na literatura ao se posicionar contra o totalitarismo em um per&iacute;odo marcado pela tens&atilde;o pol&iacute;tica entre o capitalismo e o socialismo. Suas obras <em>A Revolu&ccedil;&atilde;o dos Bichos</em> e <em>1984</em> foram uma das mais vendidas do s&eacute;culo XX, sendo ambas den&uacute;ncias a sistemas pol&iacute;ticos opressores.</p>
<p style="text-align: justify;">Foi na cidade de Motihari, em 25 de junho de 1903, que Eric nasceu. Se mudou para Sussex com a fam&iacute;lia oito anos mais tarde, onde come&ccedil;ou os estudos em um internato preparat&oacute;rio. Antes de seguir a tradi&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia e entrar para o ex&eacute;rcito, frequentou a escola Eton, descrita por ele mesmo como a institui&ccedil;&atilde;o &ldquo;mais cara e esnobe das escolas p&uacute;blicas<em>&nbsp;</em>da Inglaterra&rdquo;, entre os anos 1917 e 1921. A partir deste ponto, o que Eric vivenciou durante o per&iacute;odo no servi&ccedil;o militar mudaria os rumos de sua vida para sempre.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/1_2.jpg" alt="Capa do best-seller &quot;1984&quot;, t&iacute;tulo mais famosos do autor (Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o/Companhia das Letras)" width="800" height="507" /></p>
<p style="text-align: justify;">Ao servir a Pol&iacute;cia Imperial da &Iacute;ndia por cinco anos, George Orwell passou por experi&ecirc;ncias suficientes para que um &oacute;dio do imperialismo brit&acirc;nico surgisse, sentimento que est&aacute; refletido no livro <em>Dias na Birm&acirc;nia</em> e tamb&eacute;m nos ensaios <em>Shooting na Elephant</em> e <em>A Hanging</em>. Apenas em 1927, enquanto residia na Inglaterra, que ele tomou a decis&atilde;o de abandonar a carreira militar e tornar-se escritor. Ap&oacute;s alguns sufocos na nova profiss&atilde;o e o lan&ccedil;amento de seu primeiro livro, <em>Na Pior em Paris e Londres</em>, George retornou ao ex&eacute;rcito e lutou na Guerra Civil Espanhola, onde teve as cordas vocais danificadas ao ser atingido na garganta por um tiro.</p>
<p style="text-align: justify;">Talento &eacute; o que n&atilde;o falta para o escritor. Al&eacute;m das p&aacute;ginas de livros,&nbsp;suas ideias tamb&eacute;m estiveram presentes em centenas de cr&iacute;ticas liter&aacute;rias, resenhas e artigos, publicados tanto em revistas quanto em jornais ingleses e americanos. Neste 21 de janeiro, completam-se 69 anos da morte de George Orwell. V&iacute;tima de tuberculose, o autor se foi ainda jovem, com apenas 46 anos e, provavelmente, muita coisa para contar.</p>
<p style="text-align: justify;">Abaixo voc&ecirc; confere algumas curiosidades que a Zelo selecionou sobre a vida e obra do escritor.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/orwell_richard.jpg" alt="George Orwell com seu filho, Richard, em 1946 (Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Veina Richards) " width="800" height="479" /></p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Dificuldade em escrever <em>1984</em></strong></p>
<p style="text-align: justify;">Reverenciado pela cr&iacute;tica e at&eacute; hoje usado como refer&ecirc;ncia em produ&ccedil;&otilde;es culturais, como o a ideia do <em>Big Brother</em>, <em>1984</em> passou por algumas complica&ccedil;&otilde;es at&eacute; o lan&ccedil;amento. A escrita come&ccedil;ou no ano de 1946, com a hist&oacute;ria ocorrendo em 1980. Por&eacute;m, por conta alguns imprevistos pessoais, doen&ccedil;as e outros afazeres profissionais, o livro s&oacute; chegou &agrave;s prateleiras em 1949. At&eacute; mesmo o t&iacute;tulo sofreu mudan&ccedil;as, visto que, inicialmente, a obra se chamaria <em>O &Uacute;ltimo Homem na Europa</em>.</p>
<p style="text-align: justify;">At&eacute; 1989, a obra havia sido traduzida para mais de 65 idiomas.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Influ&ecirc;ncia inusitada</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Mabel Lilian Sinclair Fierz. Este &eacute; o nome de uma das pe&ccedil;as chaves para a publica&ccedil;&atilde;o de <em>Na Pior em Paris e Londres</em>. Ga&uacute;cha e filha de um casal ingl&ecirc;s, a mo&ccedil;a de apenas 17 anos convenceu o editor Leornard Moore a publicar a obra de Orwell. Al&eacute;m disso, Mabel tamb&eacute;m ajudava o escritor com problemas pessoais, como as desaven&ccedil;as com o pai. A brasileira morreu aos 100 anos de idade, em 1990.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Cultura/2_3.jpg" alt="&quot;A Revolu&ccedil;&atilde;o dos Bichos&quot; denuncia o socialismo sovi&eacute;tico (Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o/Companhia das Letras)" width="800" height="514" /></p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Filho adotivo</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Ainda que fosse est&eacute;ril, Orwell tinha bastante vontade de ter um filho. Seu apre&ccedil;o por crian&ccedil;as fez com que, em 1944, ele e a esposa, Eileen O’Shaughnessy, decidissem adotar um menino cuja fam&iacute;lia n&atilde;o conseguiria sustenta-lo. Com o tr&aacute;gico falecimento de Eileen no ano seguinte, Orwell manteve a decis&atilde;o de ado&ccedil;&atilde;o, ainda que os amigos aconselhassem a fazer o contr&aacute;rio, e se dedicou a cuidar da crian&ccedil;a com muito carinho at&eacute; falecer, em 1950.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Admiradores</strong></p>
<p style="text-align: justify;">De modo geral, a cultura pop foi bastante influenciada por elementos da escrita de George Orwell. O autor do <em>best-seller</em> <em>Laranja Mec&acirc;nica</em>, Anthony Burgess, se inspirou em elementos de <em>1984</em> para criar a obra, al&eacute;m de colocar o romance em sua lista das cinco distopias mais importantes da hist&oacute;ria. O mesmo livro de Orwell tamb&eacute;m estava no cora&ccedil;&atilde;o de ningu&eacute;m menos do que David Bowie! Ainda que n&atilde;o tenha ido para frente, em 1974, o artista declarou &agrave; revista Rolling Stones que planejava uma adapta&ccedil;&atilde;o para a TV.</p>

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