A exposição de 32 fotografias em 16 painéis do fotógrafo João Caetano, que retratam o povo Kalunga, comunidade indígena situada no município goiano de Cavalcante está aberta ao público no Quartel do XX. João visitou os Kalungas por duas vezes em janeiro deste ano e cada visita teve duração de uma semana. O fotógrafo afirma que fez questão de se integrar ao povo para retratar as belezas do Cerrado.Os Kalunga têm este nome por conta de uma planta medicinal homônima e que possui propriedades curativas, mas ainda é usada principalmente para tratar a desenteria. Por levarem uma vida amarga, sabor da planta, o nome deste povo ficou conhecido por Kalunga.A partir da convivência com os Kalungas João pôde perceber que eles têm uma vida simples, mas não miserável. “É admirável a preservação das tradições deste povo, que, se quisesse, poderia ter uma vida mais confortável, porém, preferiram manter os costumes herdados dos antecessores”, explica João. João Caetano conta que tirou mais de mil fotos da comunidade Kalunga e que parte deste trabalho será mostrado na exposição que realizará em outubro deste ano, em Bruxelas, na Bélgica. Não será a primeira vez que o Cerrado goiano será visto pelos belgas. Em setembro passado, o artista expôs fotografias sobre o bioma na capital européia.“Não gosto de retratar o Cerrado como algo miserável ou degradado, prefiro mostrar as belezas e riquezas do nosso bioma”, revela João.
Mergulho em outra cultura
João Caetano considera que o trabalho que realiza com o povo Kalunga trata-se de um projeto de pesquisa social. Ele passou um mês na África e passou por Zimbábue, Moçambique e África do Sul. “Fui até a África para conhecer os povos de lá e saber se existia alguma semelhança. Eles são bastante parecidos em tudo, costumes, alimentação, danças, crenças, o colorido e a alegria”, compara. O fotógrafo diz que a única diferença entre os Kalungas e os povos africanos é o continente.Outra atividade que o fotógrafo realizou em solo africano foi a comparação dos biomas. “Alguns pensam que a Savana é igual ao Cerrado. A exuberância e variedade de biodiversidade deste, são muito maiores”, constata.
Fonte: Agepel