Há algum tempo atrás, a moda era ter os seios avantajados (no estilo de ‘quanto mais, melhor’), mas muitas mulheres que tinham os seios fartos naturalmente relatavam problemas na autopercepção da imagem e bem-estar psicossocial, além de muitas dores: principalmente nas costas e no pescoço. Um estudo publicado no final do ano passado no periódico Plastic and Reconstructive Surgery, a revista médica oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS) mostrou que mulheres submetidas a cirurgia de redução de mama antes dos 25 anos continuam relatando benefícios duradouros 10 a 30 anos após o procedimento. “O estudo mostra que pacientes jovens que fizeram a mamoplastia redutora experimentaram uma melhor qualidade de vida relacionada às mamas, mesmo após três décadas do procedimento. É bom lembrar que essas pacientes, quando procuram essa cirurgia, costumam relatar fortes dores de coluna e pescoço, em virtude do peso das mamas”, afirma o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O estudo incluiu mulheres com menos de 25 anos quando foram submetidas a cirurgia de redução de mama entre 1980 e 2003. Os resultados da qualidade de vida (QV) foram avaliados usando um questionário validado. Trinta e sete mulheres responderam ao questionário. Todas as mulheres no estudo foram acompanhadas por pelo menos 10 anos. O acompanhamento médio foi de 21 anos, com um máximo de 32 anos. “No geral, os participantes demonstraram alta satisfação e bem-estar até em comparação com mulheres que nunca fizeram cirurgia de mama”, afirma o médico. As pacientes que fizeram a cirurgia tiveram um escore médio de satisfação com as mamas de 67, em comparação com 57 no grupo que não passou pela cirurgia. As mulheres que sofreram redução de mama também apresentaram classificações mais altas de bem-estar sexual: 72 contra 55. Outras pontuações interessantes foram com relação ao bem-estar psicossocial (76 em 100) e bem-estar físico (81 em 100).
Segundo o Dr. Mário Farinazzo, a mamoplastia redutora demonstra benefícios na redução dos sintomas (como dores nas costas e no pescoço) e na melhoria do bem-estar psicológico (como imagem corporal ruim e baixa autoestima) em mulheres com seios grandes demais. “Embora pacientes jovens apresentem muitos dos mesmos sintomas que os adultos, existia uma controvérsia em torno da realização de mamoplastia redutora em uma população jovem de pacientes. O novo relatório é um dos estudos de acompanhamento mais longos de pacientes jovens com mamoplastia redutora”, afirma o médico.
O cirurgião plástico enfatiza que os benefícios persistem mesmo que as mulheres tenham sofrido alterações hormonais que afetam a mama, incluindo gravidez, amamentação e menopausa. “Assim, evitar ou retardar a mamoplastia redutora em pacientes jovens pode impedi-las de alcançar melhorias duradouras na satisfação e no bem-estar”, diz o médico. “Mas é muito importante sempre procurar ajuda de um médico cirurgião plástico para a indicação correta da mamoplastia redutora”, finaliza.