Sedentarismo é fator de risco para AVC e telemedicina garante socorro rápido para evitar sequelas

36% do risco de AVC está ligado ao sedentarismo. Pioneiro em Goiás, programa TeleAVC oferece atendimento avançado para agilizar o socorro com neurologistas de plantão 24h por dia
Imagem de Daniel Reche por Pixabay

Outubro é o mês de combate ao AVC (Acidente Vascular Cerebral), que é a segunda maior causa de morte no Brasil e a primeira maior causa de incapacitação. Por ano, segundo dados do Ministério da Saúde, são cerca de 100 mil mortes. “O sedentarismo tem um risco atribuível de 36% no risco de AVC e a atividade física é o foco da Campanha Nacional de AVC 2020, visto que tem grande impacto na redução do risco de AVC. Praticar 30 minutos por dia, cinco vezes por semana já pode reduzir o risco do AVC”, explica a médica neurologista Andreya Cardoso.

Durante a pandemia, surgiu uma nova preocupação: as pessoas estão deixando de buscar ajuda ao apresentarem sintomas de AVC por medo de contaminação. Outro empecilho é que nem todas as regiões e hospitais brasileiros possuem neurologistas para o atendimento especializado e rápido que faz toda diferença nesses casos.  Buscando solucionar essa limitação, a empresa goiana ConectMed criou o TeleAVC, uma rede de suporte e treinamento avançados para agilizar a tomada de decisão desde o momento que a equipe local identifica um paciente com sintomas.

“O programa permite a rápida comunicação entre a equipe médica hospitalar e nossa equipe de neurologistas para dar uma atenção raramente oferecida fora dos complexos hospitalares de referência. Com rígidos protocolos para tratamento e manejo de emergências neurológicas através de telemedicina, possibilitamos o atendimento especializado para pacientes com suspeita de AVC, 24 horas por dia, 7 dias por semana”, afirma o sócio da empresa Frederico Lopes Moraes.

O programa foi estruturado e é coordenado pelas médicas neurologistas Andreya Cardoso e Aline Neto, membros titulares da Academia Brasileira de Neurologia (AbNeuro). Por ser uma situação relacionada a uma lesão circulatória no cérebro em que ocorre uma redução ou interrupção do fluxo sanguíneo cerebral, o AVC requer um tratamento muito rápido para que o tecido cerebral não seja definitivamente lesado. Se a situação for resolvida ou contida com rapidez, o dano cerebral será menor e a recuperação do paciente será melhor.

“O atendimento de urgência é fundamental no paciente com AVC. Acredita-se que cerca de 2 milhões de neurônios se percam a cada minuto de atraso no tratamento e, por isso esse paciente deve ser priorizado no atendimento quando chega ao hospital. O TeleAVC foi estruturado para que esse paciente seja avaliado pelo neurologista através de vídeo-consulta minutos após minutos sua chegada no hospital. Para que isso seja possível, temos recursos tecnológicos audiovisuais e um treinamento da equipe médica e de enfermagem presencial para oferecer suporte de um neurologista de plantão 24h via telemedicina”, afirma Andreya.

Como funciona?

É feita uma triagem para reconhecimento dos sinais e sintomas que causam suspeita de AVC e, a partir desse reconhecimento, existe um fluxo rápido do paciente através dos diversos setores que incluem atendimento médico inicial, checagem de parâmetros vitais e realização de exame de imagem para começar o tratamento rapidamente. “E esse paciente precisa ser avaliado por um neurologista, que é o especialista quem vai confirmar o diagnóstico de AVC e indicar o tratamento para a recanalização daquele vaso cerebral obstruído”, explica a neurologista Aline.

Dra Andreya Cardoso, membra Titulares da Academia Brasileira de Neurologia (AbNeuro). Foto: Divulgação

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