Quando a praia encontra a cidade

<p><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/NEWS/JCS_5162.JPG" alt="Segundo o professor Leonardo Bridi, &ldquo;O beach tennis vem junto com um estilo de vida&rdquo;. na foto, entre os atletas da modalidade Leonardo Granja e Jacob Facuri" width="800" /></p>
<p>Sol forte, p&eacute;s na areia e pessoas praticando futev&ocirc;lei, v&ocirc;lei de areia, beach tennis… Esta cena, comum em cidades litor&acirc;neas, tem se tornado cada vez mais frequente aqui na capital goiana. &Eacute;, Goi&acirc;nia n&atilde;o tem praia, mas isso n&atilde;o impediu que os esportes t&iacute;picos do local chegassem aqui de vez, com a inaugura&ccedil;&atilde;o de v&aacute;rios espa&ccedil;os voltados para a pr&aacute;tica dessas atividades.</p>
<p>Um exemplo &eacute; a Orla Terral de Esportes de Areia, em funcionamento desde o m&ecirc;s de abril e que trouxe para o meio da cidade um espa&ccedil;o que &eacute;, ao mesmo tempo, um ponto de pr&aacute;ticas esportivas e de lazer. Toda sua estrutura &ndash; com 2.500 metros quadrados que se dividem entre quatro quadras de areia, &aacute;rea para atividades funcionais, vesti&aacute;rios e bar &ndash; foi pensada para remeter ao clima de beira-mar.</p>
<p>S&oacute;cia-propriet&aacute;ria da Orla, Carolina Stecca explica que o local foi criado para atender a uma demanda notada nos &uacute;ltimos tempos. &ldquo;O p&uacute;blico de Goi&acirc;nia estava procurando onde praticar esse tipo de esporte e os &uacute;nicos lugares que ofereciam eram clubes&rdquo;, conta.</p>
<p>A car&ecirc;ncia tamb&eacute;m foi percebida por Felipe Fon. S&oacute;cio da Praia Sports e do Beach King, ele explica que percebeu que na cidade muitas pessoas queriam jogar futev&ocirc;lei, mas acabavam ref&eacute;ns de um convite para os clubes onde existem quadras de areia. &ldquo;Ent&atilde;o n&oacute;s decidimos construir essas quadras dentro de Goi&acirc;nia. Porque se todo mundo quer jogar futev&ocirc;lei, ent&atilde;o o futev&ocirc;lei tem que ser para todo mundo&rdquo;, destaca.</p>
<p>O estilo de neg&oacute;cio foi bem-sucedido. A Orla, por exemplo, tem apenas dois meses de funcionamento, mas j&aacute; conta com 150 alunos matriculados nas diversas modalidades que s&atilde;o oferecidas. Fon aponta ainda outro ind&iacute;cio do sucesso desse tipo de empreendimento: at&eacute; agosto devem ser abertos pelo menos mais tr&ecirc;s espa&ccedil;os com o mesmo conceito.</p>
<p><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/NEWS/JCS_5199.JPG" alt="Os atletas Jacob Facuri e Leonardo Granja em treino com o professor Leonardo Bridi, na Brava Sport" width="800" /></p>
<p><strong>Benef&iacute;cios</strong></p>
<p>Quem vai atr&aacute;s de praticar esse tipo de esporte est&aacute;, muitas vezes, cansado de academias e v&ecirc; com bons olhos a ideia de se exercitar ao ar livre. Al&eacute;m disso, pesam na escolha o alto gasto cal&oacute;rico que as atividades proporcionam &ndash; em uma aula de beach tennis, por exemplo, chegam a ser gastas de 500 a 800 calorias e a de boxe na areia tem o dobro do gasto cal&oacute;rico de uma aula comum da mesma luta &ndash; e a oportunidade de praticar um esporte em grupo. &ldquo;Os alunos criam amizades, fazem grupos, ent&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel perceber o benef&iacute;cio social tamb&eacute;m&rdquo;, afirma Stecca.</p>
<p>O professor de beach tennis da Brava Sport Center, Leonardo Bridi, refor&ccedil;a o ponto de vista e conta que o esporte cria uma verdadeira &ldquo;fam&iacute;lia&rdquo; entre seus praticantes. &ldquo;O beach tennis vem junto com um estilo de vida. O pessoal joga, participa das competi&ccedil;&otilde;es, que sempre s&atilde;o na praia, leva a fam&iacute;lia junto, ent&atilde;o acaba criando um lifestyle mesmo. E os praticantes sempre se identificam&rdquo;, explica.</p>
<p>A areia traz, ainda, diversas vantagens, que se estendem a todos os esportes ali praticados. Bridi descreve que o impacto sobre as articula&ccedil;&otilde;es &eacute; bem reduzido, o que diminui tamb&eacute;m o risco de les&otilde;es, as atividades proporcionam um aumento de resist&ecirc;ncia aer&oacute;bica e o t&ocirc;nus muscular de quem pratica a modalidade, principalmente nos membros inferiores, melhora muito. &Eacute; esse, aponta Felipe Fon, um dos principais motivos para que as mulheres sejam o grupo que mais procura pelas atividades na areia. De acordo com ele, 70% a 80% do p&uacute;blico que se matricula nas aulas &eacute; feminino.</p>
<p><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/NEWS/JCS_5284.JPG" alt="O educador f&iacute;sico Felipe Fon aponta que as mulheres s&atilde;o o grupo que mais procura pelas atividades na areia" width="800" /></p>
<p>Aluna de beach tennis h&aacute; dois meses, Marcela Mendon&ccedil;a explica que come&ccedil;ou as aulas porque procurava alguma atividade para intercalar com a muscula&ccedil;&atilde;o que j&aacute; praticava. Ela, que j&aacute; tinha feito aulas de muay thai e at&eacute; mesmo de t&ecirc;nis de quadra, n&atilde;o havia se adaptado bem a nenhum dos esportes, at&eacute; que encontrou o t&ecirc;nis de praia. O diferencial do esporte? &ldquo;Ele &eacute; viciante, e traz uma sensa&ccedil;&atilde;o de prazer muito grande. Al&eacute;m do aspecto da competi&ccedil;&atilde;o, que &eacute; muito positivo. Fora que j&aacute; fiz muitas amizades aqui&rdquo;, afirma.</p>
<p>Tana Lobo &eacute; mais um exemplo dessa boa participa&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico feminino. Praticante de futev&ocirc;lei h&aacute; dez meses, conta que se juntou a cinco amigas e pediu a Fon para dar aulas ao grupo, que j&aacute; estava cansado do ambiente da academia. Segundo ela, nas aulas de futev&ocirc;lei &eacute; que consegue aliviar o estresse.&ldquo;&Eacute; o local e a hora do dia que tenho para me divertir, praticar o que gosto&rdquo;, explica, acrescentando que cuidar da sa&uacute;de e do corpo &eacute; uma consequ&ecirc;ncia, realizada com divertimento. Sobre o ambiente, acrescenta: &ldquo;Aqui em Goi&acirc;nia sempre brincamos que &lsquo;j&aacute; que n&atilde;o tem mar, vamos pro bar&rsquo;. Ainda falta o mar, mas j&aacute; temos a praia.&rdquo;</p>
<p><strong>Perspectivas</strong></p>
<p>A pr&aacute;tica de esportes de areia em Goi&acirc;nia &eacute; mais que s&oacute; uma febre entre os praticantes, defende Fon. De acordo com o empres&aacute;rio, prova disso &eacute; que a assiduidade &eacute; grande. &ldquo;Em m&eacute;dia, de 60 matr&iacute;culas no futev&ocirc;lei at&eacute; hoje, houve apenas uma desist&ecirc;ncia e h&aacute; alunos que praticam o esporte h&aacute; mais de sete meses&rdquo;, declara.</p>
<p>Outra evid&ecirc;ncia &eacute; que j&aacute; h&aacute; alunos competindo em torneios. Leonardo Granja, integrante da Pequi Beach Tennis, participou no in&iacute;cio de junho de um campeonato da modalidade no Rio de Janeiro. Apesar de j&aacute; ter pr&aacute;tica com t&ecirc;nis, Leonardo ressalta que come&ccedil;ou a treinar h&aacute; pouco tempo na areia, mas pretende continuar. Entre as vantagens do esporte, ele aponta que &eacute; um ambiente descontra&iacute;do e que muitas pessoas nos circuitos j&aacute; s&atilde;o conhecidas da &eacute;poca do t&ecirc;nis de quadra, o que proporciona reencontros.</p>
<p>Essas caracter&iacute;sticas s&oacute; refor&ccedil;am o quanto os esportes de areia s&atilde;o vantajosos, seja no aspecto f&iacute;sico ou no social. Tudo isso s&oacute; contribui para que as modalidades consigam se firmar cada vez mais aqui, no meio da cidade, sem a necessidade da praia. Pelo menos &eacute; o que garantem todos os apaixonados pelos esportes.</p>
<p style="text-align: right;"><em>Mat&eacute;ria publicada na 36&ordf; edi&ccedil;&atilde;o da revista Zelo</em></p>
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