As cooperativas goianas cresceram significativamente na última década e o número de cooperados, que saltou de 157.269 para 382.787 no Estado. Esse dado representa um aumento de 143,4%, o que impacta diretamente cerca de 1,6 milhão de pessoas. A quantidade de cooperativas registradas também indica um avanço: passou de 219 para 249 no período, um crescimento de 13,7%, e atualmente 262 cooperativas estão registradas.
As informações mostram o excelente desempenho do setor cooperativista no Estado de Goiás e a sua contribuição para a geração de empregos, renda e sustentação econômica dos municípios, notadamente naqueles em que o cooperativismo é mais desenvolvido. Em 10 anos, o número de empregos, por exemplo, registrou forte acréscimo, passando de 5. 344 postos de trabalho em 2011 para 14.185 empregos em 2021.
O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, destaca que o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2022 revela que os números de cooperados, empregados e o faturamento das cooperativas goianas cresceram proporcionalmente mais que a quantidade de cooperativas, embora estas também tenham aumentado significativamente, com 27 novos registros na OCB/GO entre 2019 e 2021. “Esses dados evidenciam a pujança do modelo econômico, já que as cooperativas estabelecidas têm registrado um crescimento consistente ano a ano”, afirma.
Luís Alberto Pereira também atribui o crescimento do setor à profissionalização crescente no âmbito do cooperativismo. “Gestores, cooperados e colaboradores entendem que o cooperativismo, mesmo sendo um modelo de negócio mais inclusivo e democrático por repartir os lucros com os cooperados, está no mercado para competir e conquistar espaços”, frisa.
À medida que as cooperativas se profissionalizam e as pessoas passam a conhecer seus benefícios e vantagens, a adesão de novos cooperados aumenta, explica o dirigente. “Isso nos leva a colher estes resultados tão positivos, a exemplo do significativo aumento de cooperados em Goiás nos últimos anos”, explica.
Cooperados satisfeitos
Pollyana Correia Ribeiro, empreendedora digital e cooperada do Sicoob Engecred, diz que decidiu entrar para uma cooperativa de crédito por enxergar vantagens que os bancos tradicionais não oferecem. “Eu pagava taxas caras e recebia poucas vantagens reais. Então, pesquisei e encontrei no cooperativismo uma proposta de valor, alinhada com o que eu buscava: taxas mais justas, valorização do correntista e serviços com tarifas melhores. Além disso, como cooperada, tenho direito às sobras (lucros) e também posso opinar nas decisões, o que me agrada muito”, compara.
Cooperado da Cooperativa dos Condutores de Motocicletas do Estado de Goiás (Coopmego), Fabrício Coronha optou pelo cooperativismo por considerar que o modelo de negócio tem uma política de geração e distribuição de renda mais justa que no regime CLT. “Tenho uma vida financeira melhor, com mais possibilidade de ganho e liberdade de escolha. Além disso, posso participar efetivamente das decisões da empresa `”, destaca. Fabrício constata também um ganho na qualidade de vida, desde que decidiu fazer parte de uma cooperativa. “Tenho mais autonomia e, com isso, ganhei mais tempo para me dedicar à família e a projetos pessoais”, acrescenta.