Em torno de 50 corpos de um grupo de ferroviários assassinados no início da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foram exumados nos últimos dias de uma vala na província de Burgos, anunciou uma associação de vítimas.
Os arqueólogos e forenses encontraram entre segunda e terça-feira “cerca de 50 corpos” durante os trabalhos para tentar encontrar a chamada “vala dos ferroviários”, indicou em um comunicado a Associação para a Recuperação da Memória Histórica (ARMH).
O número de restos mortais encontrados leva a pensar que encontraram a vala que buscavam, que continha os corpos de um grupo de trabalhadores da ferrovia que militavam em vários sindicatos, completaram.
Os trabalhos nessa vala, situada perto do povoado de Gumiel de Izán, incluem a identificação dos corpos e a busca de familiares.
Nessa região, houve assassinatos “massivos e organizados” no verão de 1936, segundo a ARMH, que os situa em “mais de 700 pessoas”.
A ARMH, formada por familiares de vítimas e por voluntários, iniciou há 10 anos a abertura de valas comuns em toda a Espanha para buscar e identificar desaparecidos da Guerra Civil, e desde então abriu em torno de 150 e exumou mais de 1.500 cadáveres com escassa ajuda pública.
O Parlamento espanhol aprovou em 2007 a Lei de Memória Histórica para reconhecer as vítimas, mas a ARMH e outras associações exigem do Estado mais ajuda para as buscas por desaparecidos, em torno de 114.000 pessoas durante a Guerra Civil e os primeiros anos do franquismo, segundo dados de uma investigação iniciada pelo juiz espanhol Baltasar Garzón em 2008.
O governo espanhol publicou em maio um mapa com mais de 2.000 valas comuns que contabilizaram com vítimas da Guerra Civil e da repressão franquista posterior, das quais apenas 329 foram abertas