Editor de moda e escritor Lula Rodrigues morre aos 70 anos

Ele estava internado desde 2017 por causa de um AVC; a causa da morte não foi divulgada
lula rodrigues
(Foto: Reprodução)

Faleceu nesta terça-feira (31) o editor de moda e escritor carioca Lula Rodrigues, aos 70 anos. Um dos maiores especialistas na cobertura de moda masculina, ele morreu dormindo, em um lar de idosos em Petrópolis, onde estava internado desde outubro de 2017, quando teve um AVC. A causa da morte não foi divulgada.

Lula nasceu em 1950, em Campos dos Goytacazes. No Rio, cursou a a EBA − Escola de Belas Artes da UFRJ nos anos 1970. Em seguida, trabalhou como arte-­finalista de história em quadrinhos e em agências de publicidade, quando ainda não havia descoberto a moda. Depois, trabalhou no jornalismo impresso e de TV.

Ele foi produtor de moda e depois editor no “Caderno Ela” do jornal O Globo, onde atuou por 15 anos. Também colaborou com revistas como Ele & Ela, da editora Bloch.

Na TV Globo dos anos 1990, foi colaborador na redação dos programas “Radical Chic” e “Gatão de Meia Idade”, do cartunista Miguel Paiva, e do programa “GNT Fashion”, apresentado por Betty Lago. Nos anos 2000, assinou blogs e colunas sobre moda masculina no portal iG e no site do Caderno Ela, além de um canal próprio no Tumblr e no YouTube, o Ueba TV.

A produtora de moda Thereza Duarte, sua amiga há 45 anos, ressalta o conhecimento de moda do jornalista. “Ele tinha uma biblioteca admirável. Tivemos que vender seus livros para custear seu tratamento e vieram pessoas de todos os lugares. Foi o investimento da vida dele”, observa Thereza, que destaca também o seu senso de humor.

O estilista Maxime Perelmuter se emociona ao falar dele. “Lula foi único, um dos poucos jornalistas de moda do país. Ele deixou um legado. Abriu espaço para todas as marcas de moda masculina que estão em atuação. Todas as grifes deveriam reverenciá-lo”, afirma.

Em 2019, o editor lançou  “400 anos de moda masculina” (Editora Senac), trabalho a que vinha se dedicando há anos, antes do acidente. À época, Thereza contou que ele estava fazendo sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, e que se comunicava muito pouco, apesar de saber tudo que se passava à sua volta.

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