Ciclistas de ouro

<p style="text-align: justify;">Grandes hist&oacute;rias do cinema foram inspiradas pelo esporte. A supera&ccedil;&atilde;o das adversidades, a fraternidade, o esp&iacute;rito humano em sua melhor forma. A arte imita a vida em filmes como&nbsp;<em>A Luta pela esperan&ccedil;a</em>&nbsp;(2005), no qual o boxeador James J. Braddock sai da mis&eacute;ria da crise norte-americana dos anos 1930 e se torna um s&iacute;mbolo de esperan&ccedil;a para os cidad&atilde;os; ou em&nbsp;<em>Invenc&iacute;vel&nbsp;</em>(2006), quando um gar&ccedil;om de 30 anos consegue a chance de entrar para um time de futebol americano.</p>
<p style="text-align: justify;">Mas supera&ccedil;&atilde;o n&atilde;o &eacute; algo visto apenas nos filmes hollywoodianos. Bem aqui, em Goi&aacute;s, a ciclista ol&iacute;mpica Clemilda Fernandes, de 36 anos, teve que vencer um grande desafio. A atleta sofreu um grave acidente, em 2013, durante um treino entre a BR-153 e GO-020.</p>
<p><img style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/NEWS/11220887_808483995931586_4071748675781425706_n.jpg" alt="" width="800" /></p>
<p><strong>Supera&ccedil;&atilde;o</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Na ocasi&atilde;o, ela treinava para o Pan Americano de Ciclismo, no M&eacute;xico. Clemilda sofreu um corte profundo na cabe&ccedil;a e escoria&ccedil;&otilde;es em v&aacute;rias partes do corpo. &ldquo;Tive muito medo, quando acordei estava em um quarto de UTI. Foi muito triste tentar levantar e n&atilde;o conseguir&rdquo;, revela a atleta.</p>
<p style="text-align: justify;">Por&eacute;m, Clemilda n&atilde;o deixou de pensar no esporte. Ela nunca perdeu as esperan&ccedil;as, mesmo quando os m&eacute;dicos disseram que ela n&atilde;o poderia andar mais.</p>
<p style="text-align: justify;">Foram dois meses para se recuperar e mais 30 dias de fisioterapia, 10 horas por dia, com choque nas costas e gelo, al&eacute;m de exerc&iacute;cios, conforme a ciclista. &ldquo;Chorava muito de dor, mas acreditei no trabalho do fisioterapeuta Robson Porto&rdquo;, elogia e completa: &ldquo;Acreditei, lutei e gra&ccedil;as a ele e Deus aconteceu um milagre: fui campe&atilde; brasileira na categoria Contra o Rel&oacute;gio, ainda naquele ano!&rdquo;</p>
<p><img style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/NEWS/baixa.jpg" alt="" width="800" height="532" /><br /><br /></p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Vit&oacute;rias</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Hoje, junto com a irm&atilde; Janildes, de 34 anos, a esportista &eacute; uma das esperan&ccedil;as do Pa&iacute;s nas Olimp&iacute;adas do Rio 2016. E olha que as goianas t&ecirc;m bagagem para isso: Janildes participou dos jogos em Sidney (2000), Atenas (2004) e Londres (2012) &ndash; esta &uacute;ltima junto com a irm&atilde;, que tamb&eacute;m esteve em Pequim (2008).</p>
<p style="text-align: justify;">Dentre as conquistas, Clemilda &eacute; tricampe&atilde; da Copa Am&eacute;rica, tricampe&atilde; da Copa Rep&uacute;blica, tricampe&atilde; brasileira, bronze duas vezes no Pan Americano, campe&atilde; do Grande Pr&ecirc;mio Bom PRIX It&aacute;lia, campe&atilde; do Tur de Ardeche na Fran&ccedil;a e mais. E Janildes tamb&eacute;m n&atilde;o fica para tr&aacute;s: a irm&atilde; mais nova j&aacute; levou prata e bronze em jogos Pan Americanos, foi dez vezes campe&atilde; brasileira de Estrada e Pista, ganhou duas pratas e um bronze em jogos Sul Americanos, dentre outras conquistas.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Rotina</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Mas ter uma carreira vitoriosa n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil. As irm&atilde;s treinam de 5 a 6 horas, todos os dias. Al&eacute;m de Goi&acirc;nia, onde vivem, &agrave;s vezes o treino se estende para fora do Pa&iacute;s, como na Col&ocirc;mbia, pela altitude. Fa&ccedil;a chuva, fa&ccedil;a sol, elas est&atilde;o sobre as bikes.</p>
<p style="text-align: justify;">Uma das lamenta&ccedil;&otilde;es da dupla &eacute; a falta de investimento no esporte. Segundo elas, o Brasil tem muitos talentos e poderia ser uma grande pot&ecirc;ncia mundial no ciclismo. &ldquo;Mas sou brasileira, tenho perseveran&ccedil;a e n&atilde;o desisto dos meus sonhos&rdquo;, esbraveja Clemilda.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Jogos Ol&iacute;mpicos</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Apontadas como apostas brasileiras nas Olimp&iacute;adas do Rio 2016, as irm&atilde;s n&atilde;o se intimidam. Para elas &eacute; uma grande responsabilidade, mas junto com a torcida brasileira buscar&atilde;o fazer o melhor. Clemilda, que tamb&eacute;m &eacute; capit&atilde; da Sele&ccedil;&atilde;o Brasileira, garante que est&aacute; preparada para essa carga e diz se sentir feliz.</p>
<p style="text-align: justify;">Sobre a possibilidade de competir no Brasil, as ciclistas se empolgam. &ldquo;Participar de uma Olimp&iacute;ada j&aacute; &eacute; um sonho. Em casa ser&aacute; fant&aacute;stico, um momento hist&oacute;rico para minha carreira&rdquo;, celebra Janildes, enquanto Clemilda se derrete: &ldquo;Competir no meu Pa&iacute;s ser&aacute; muito show. Ver todos os brasileiros ali, torcendo e acreditando, &eacute; um incentivo a mais. Espero trazer uma medalha para nosso ciclismo&rdquo;.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Come&ccedil;o</strong></p>
<p style="text-align: justify;">O irm&atilde;o mais velho de Clemilda e Janildes, Ne&iacute;lson tem papel fundamental na carreira das atletas. Isto, porque ele tamb&eacute;m se dedicava ao ciclismo e despertou o gosto pelo esporte nas mo&ccedil;as, quando ainda eram crian&ccedil;as. Por&eacute;m, apesar do talento e da vontade de correr, Clemilda precisou ser convencida pela irm&atilde; mais nova para se dedicar de vez ao ciclismo.</p>
<p style="text-align: justify;">Janildes, que j&aacute; se destacava internacionalmente aos 19 anos, ocasi&atilde;o em que ganhou, inclusive, o bronze no Pan de Winnipeg, deu de presente uma bicicleta profissional para irm&atilde;. O momento foi decisivo.</p>
<p style="text-align: justify;">&ldquo;Fico super feliz por ter contribu&iacute;do com minha irm&atilde; no in&iacute;cio, quando ningu&eacute;m acredita no atleta&rdquo;, destaca Janildes. &ldquo;Foi muito gratificante e espero fazer isso mais vezes com outros jovens, que precisam de apoio&rdquo;.</p>
<p style="text-align: justify;">A irm&atilde; mais nova explica que no come&ccedil;o da carreira sofreu muito pela falta de material, pois vem de uma fam&iacute;lia humilde, no total de 12 irm&atilde;os. Por&eacute;m, hoje tanto ela, como a irm&atilde; t&ecirc;m o apoio do Grupo Jos&eacute; Alves.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Apoio</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Para o presidente do grupo, Jos&eacute; Alves Filho, as empresas podem e devem adotar atletas com potencial ol&iacute;mpico, assim como os governos federal e estadual devem incentivar essas institui&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Os atletas brasileiros precisam deste apoio financeiro, sem burocracias e sem armadilhas para eles e para as empresas&rdquo;, afirma.</p>
<p style="text-align: justify;">O empres&aacute;rio afirma que mesmo no futuro esportistas goianos ainda receber&atilde;o aux&iacute;lio. &ldquo;Entendemos que para o nosso grupo empresarial, o apoio j&aacute; se constitui numa boa iniciativa e ato de compromisso com o sucesso do povo do Estado de Goi&aacute;s e do Brasil&rdquo;. Tamb&eacute;m conforme Jos&eacute;, sua empresa tem comentado esta diretriz com outros Empres&aacute;rios, com o objetivo de motiva-los a investirem em um, dois, tr&ecirc;s ou mais atletas ol&iacute;mpicos, nascidos nos Estados em que possuem suas sedes. &ldquo;O objetivo &eacute; criar uma corrente muito positiva para o nosso Brasil e seus esportistas&rdquo;.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Orgulho</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Goi&aacute;s &eacute; s&oacute; orgulho quando o assunto &eacute; &ldquo;Irm&atilde;s Fernandes&rdquo;. A Federa&ccedil;&atilde;o Goiana de Ciclismo v&ecirc; as garotas como as principais respons&aacute;veis pela classifica&ccedil;&atilde;o do Brasil em provas internacionais. &ldquo;&Eacute; uma grande satisfa&ccedil;&atilde;o saber que goianas representam o Pa&iacute;s mundo afora&rdquo;, afirma o vice-presidente da Federa&ccedil;&atilde;o Goiana de Ciclismo, William Lara. Para ele, que tamb&eacute;m &eacute; diretor de ciclismo, as irm&atilde;s representam garra e determina&ccedil;&atilde;o. &ldquo;&Eacute; muito bom saber que elas levam toda a simplicidade do goiano, o sorriso f&aacute;cil. Estaremos na torcida para que essas guerreiras tragam na bagagem o ouro ol&iacute;mpico&rdquo;, conclui entusiasmado.</p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Mais um goiano no caminho ol&iacute;mpico</strong></p>
<p style="text-align: justify;">Apenas dois nomes representar&atilde;o o Brasil no Triathlon ol&iacute;mpico no Rio 2016. Um deles pode ser o do triatleta de An&aacute;polis, Matheus Diniz, 24 anos, tamb&eacute;m patrocinado pelo Grupo Jos&eacute; Alves. <br /> Segundo o ranking da Confedera&ccedil;&atilde;o Brasileira de Triatlo (CBTri), o atleta &eacute; o 12&ordm; colocado e precisa subir dez posi&ccedil;&otilde;es para garantir a vaga .&ldquo;Caso venha disputar os jogos ser&aacute; um feito muito grande e, ainda, ser um dos poucos representantes do meu Estado aumenta a responsabilidade&rdquo;. Em 2009, Matheus Diniz ficou entre os dez primeiros no Mundial da Austr&aacute;lia e foi integrado a Sele&ccedil;&atilde;o Brasileira de Triathlon.</p>
<p><img style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/NEWS/Matheus%20Diniz%20-%20box.jpg" alt="" width="800" height="533" />&nbsp;</p>
<p>&nbsp;</p>

Deixe um comentário