A mente de grande parte dos seres humanos está configurada para criar resistências diante das situações de desconforto. Existem pessoas que passam por adversidades na vida e não conseguem aprender a lidar com os problemas para crescerem e se fortalecerem no futuro. Baseado em um conceito utilizado na educação, podemos considerar esses indivíduos como sendo analfabetos funcionais sensoriais, por vivenciarem uma grande diversidade de emoções, mas não absorverem e incorporarem aquilo que lhes tocou. De forma mais simples, é como uma pessoa que lê um livro, mas não consegue interpretar o texto, ou seja, a leitura não acrescenta nada em sua vida.
Todos temos competências, qualidades e, até mesmo, condições de entrar em uma experiência de vida e tirar lições relevantes, mas para isso é preciso saber interpretar as mensagens. Como diz o escritor americano Alvin Tofler, “o analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender, e reaprender”.
É como se alguém estivesse em uma floresta tropical, úmida e escura por conta das grandes árvores, sofrendo com as picadas de muitos insetos, mas se importasse apenas com a dor e não juntasse a energia necessária para olhar com atenção ao seu redor e, assim, tomar uma decisão sobre como afugentar o problema.
Muitas vezes no papel de vítima das situações, dificilmente, esse tipo específico de analfabeto consegue captar experiências emocionais para se transformar em alguém mais inteiro, presente e vivo. Além de não desenvolver a inteligência emocional, a pessoa não trabalha a sua mente para se tornar mais forte e equilibrada. Por conta disso, aos poucos, cria uma intensa vulnerabilidade emocional. Geralmente, aparentam nunca ter passado por um problema, pois por mais que a situação se repita, está sempre nos mesmos estados de ânimo, como se fossem pegas de surpresa. São pessoas amarguradas e ressentidas, que não se esforçam para mudar a dinâmica da vida, focando no desgaste e descontrole dos acontecimentos.
No sentido oposto, há quem diz ter aprendido muito com uma determinada situação e agradece por ter passado por aquilo, pois sabe que despertou para a vida em sua plenitude. No entanto, você deve conhecer aqueles que insistem em reclamar e ficar apenas se amargurando, sem notar a possibilidade de desenvolvimento. Por isso, saiba que o importante é conseguir identificar o cenário e analisar quais medidas deverão ser tomadas para atingir o resultado desejado, mesmo com todos os obstáculos que surgirão. Focados na realização trazemos à tona todas as experiências e lições superadas no decorrer da vida, notando que para todas as instabilidades há caminhos alternativos.
Seja o protagonista da sua história
Faça leituras frequentes do que o mercado e as pessoas desejam e não se feche dentro de suas experiências e insucessos. Pessoas que fazem isso cada vez mais encontram dificuldades de se colocar no lugar de alguém que não elas mesmas. Afinal, para elas, é mais fácil julgar os outros do que se colocar em suas posições, o que deixa a capacidade de interagir e perceber cada vez mais distantes. Esteja disposto a notar que cada nível da vida propõe situações únicas, por mais que estejamos preparados. O novo oferece sensações inéditas e é neste momento que o autoconhecimento faz diferença. Não deixe os fatos passarem: assuma o protagonismo da sua existência.
Transforme o problema em solução
O primeiro passo é aprender a treinar a mente e criar um olhar de intervenção, que gerará uma reflexão e transformará o problema em realização. Isso acontece quando conseguimos parar e pensar qual é a origem real da situação. No trabalho, por exemplo, existem profissionais que reclamam de não serem mais chamadas para reuniões de tomada de decisões, dizem que estão puxando o seu tapete e não refletem sobre o que fizeram de errado. É preciso se perguntar: “há motivos para que isso esteja acontecendo?”. Talvez, em algum momento, esse alguém passou por invisível em reuniões importantes ou se queixou sobre como “esse tipo de evento toma tempo na agenda”. Refletir sobre as consequências das atitudes tomadas é o melhor caminho para identificar o motivo das ações que outras pessoas tomam em relação a você, principalmente em situações negativas.
O essencial é notar que todo problema traz alternativas de soluções e realizações. Em vez de passar a vida gastando energia com as dificuldades, questione-se e busque formas de transformá-las em solução. O maior obstáculo para quem quer realizar um sonho dela não está no mundo exterior, mas, sim, nas particularidades de cada um e no compromisso de mexer com o limite estabelecido pelo hábito. Exercite seu pensamento para que vá além e puxe a cerca da negação para uma área maior da sua vida. O tempo todo descobrimos que o terreno que tínhamos à disposição é maior do que realmente ocupamos.
Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, escritor e especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos. Colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais. Autor dos livros: Viva como Você Quer Viver e A Vida é Um Milagre, Editora Gente, disponíveis em AudioLivro pela Editora Nossa Cultura. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br