
Adan Neto
A Semana de Alta-Costura 2025 teve seu encerramento nesta quinta-feira (30). As grandes casas de moda, como Chanel, Schiaparelli e Christian Dior, apresentaram suas coleções de Haute Couture de Primavera/ Verão. O evento permite que os designers apostem em estéticas inovadoras, bem como abordem narrativas mais criativas e experimentais às coleções.
Um dos destaques foi a cintura marcada. Espartilhos, cintos, vestidos acinturados, ou até mesmo, ombreiras e detalhes volumosos nos ombros para dar impressão de cinturas mais finas, dominaram as criações de temporada.
A tendência apareceu de forma sútil durante a Semana de Moda de Milão Outono/Inverno 2024, quando Kim Jones, na Fendi, apresentou sobretudos ajustados por fitas de tecido rentes a região da cintura dos modelos. Desde então, outras marcas reinterpretaram a tendências, cada uma com seu estilo.
Na Alta-Costura deste ano, por exemplo, Schiaparelli apresentou a coleção “Ícaro”. A atmosfera clássica, que remete ao mito grego, foi ressignificada em peças arquitetônicas, em que a cintura foi destacada com o uso de espartilhos justos ao corpo das modelos.
Jean Paul Gaultier recebeu o designer Ann Demeulemeester, diretor criativo da marca Ludovic de Saint Sernin, para desenvolver a coleção de Alta-Costura deste ano. O designer belga, como uma das principais referências em corsets, apostou na cintura marcada. A coleção reinterpretou os naufrágios de navios europeus, abordando mitologias, como as sereias, e itens marcantes das viagens marítimas.
Alessandro Michele, em seu desfile de estreia na Alta-Costura, revisitou o acervo de peças do Valentino, fundador da marca homônima, e apresentou uma resposta acerca das críticas que recebeu em seus últimos trabalhos pela Maison. A revelação de uma Valentino maximalista abordou as cinturas definidas em vestidos de saias amplas, ilustrando a capacidade cíclica da moda de ressurgir tendências.
