Bullying: A síndrome do preconceito e da intolerância

Foto: divulgação
Apelidos pejorativos, indiferenças, ofensas verbais e até mesmo físicas, são algumas práticas que acontecem entre crianças e adolescentes, principalmente no ambiente escolar. Como resultado, o jovem pode se tornar um adulto com fobia social e profunda tristeza. Se o seu filho está passando por isso, saiba como enfrentar a situação.
O termo Bullying, tão falado ultimamente na mídia, até mesmo citado em novela, sempre existiu na sociedade, contudo, agora é mais conhecido com essa nova nomenclatura. Essa situação é interpretada pela grande maioria das pessoas como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas, sobretudo, no ambiente escolar. A Psicoterapeuta e diretora do Instituto de Psicologia Avançada AMO, Maura de Albanesi, afirma que essa prática caracteriza-se por ser algo agressivo e executado repetidamente, porém, não somente entre crianças e adolescentes, mas também entre os adultos, ou seja, basta haver um desequilíbrio de poder entrepartes envolvidas, seja no ambiente de trabalho, entre vizinhos, ou qualquer outro local onde exista a necessidade de relacionamento interpessoal.
“O bullying associa a intimidação e a humilhação das pessoas por parte do agressor, resultando em um ataque psicológico, físico e social. A vítima recebe uma alta carga energética dos seus agressores, por isso, muitas vezes, existe um “peso” acima do suportável, podendo gerar intenções suícidas ou homicídas, como muitos casos que acontecem nas escolas dos Estados Unidos, onde a vítima sai matando seus agressores como forma de “aliviar” essa carga sobre sua vida”, afirma a psicologa.
No caso do ambiente escolar, onde a prática do bullying é mais comum, grande parte das agressões é psicológica, ocasionada principalmente pelo uso negativo de apelidos e expressões ofensivas, que podem causar sérias consequências à vítima. “Depressão, ansiedade, estresse, dores físicas, perda de autoestima, problemas de relacionamento, medo de ir à escola, queda no rendimento escolar, irritabilidade, invenção de dores para não ir ao colégio, entre outros sinais que os pais devem observar, são os principais problemas associados ao bullying”, diz a especialista, que lembra o caso de uma garota, 12 anos, que foi escolhida por um grupo de colegas na sala de aula para sofrer o bullying, sendo atacada com expressões depreciativas como, por exemplo, na linguagem infantil: burra, feia, medrosa etc. “O mais interessante é que uma das agressoras era sua melhor “amiga”, ou seja, a vítima admirava a coragem e a autoconfiança da colega em fazer coisas que ela, por demonstrar fraqueza e medo, não tinha coragem. Isso acontece porque a vítima queria ser como a sua agressora, ou seja, ter a mesma bravura”, comenta a especialista. Eofensas não param por aí. As características físicas são sempre o principal alvo.

Vítima e agressor: Como identificar e tratar?
Entre os principais agressores e vitimas estão os jovens, diz a psicoterapeuta. O agressor tende a mostrar arrogância e agressividade, mas também são impulsivos e sentem prazer em dominar e ver o outro sofrer. Geralmente, provocam essas situações com apelidos, chutes, empurrões, quebra ou roubo de objetos alheios. “Por esta razão, os pais precisam buscar ajuda psicológica rapidamente, afim de também evitar que essa criança se torne um adulto que sofra de fobia social, timidez, medo, apatia etc”, alerta a psicoterapeuta.

Os pais devem mostrar que o filho não é culpado pelas perseguições e deixar claro que ele tem os seus valores e qualidades. É importante incentivá-lo a contar sobre o que acontece na escola e apresentarpessoas que fazem parte do seu ciclo de relacionamento. Já com os agressores, observa a psicoterapeuta, a reação deve ser parecida. Só criticar não resolve o problema. É preciso conversar, se interessar e saber ouvir. Deixe claro que o comportamento violento é inaceitável, mas que é possível mudar essa conduta.
Como medida a ser tomada de imediato, no caso do ambiente escolar, diretor, coordenador, professores, enfim, todos devem se unir para trabalhar com toda a classe, ou até mesmo com toda a escola, buscando mostrar o problema de todos, ou seja, trazer a reflexão e a consciência, de forma educativa e interagiva, sobre o que cada aluno tem de bom e de ruim.
“Paralelamente à decisão da escola, a vítima pode fazer um trabalho com terapia para que ela encontre forças para se defender das cargas negativas e situações adversas, ou seja, criar uma barreira contra agressões verbais. Se os pais desejarem, é interessante incentivar o filho a realizar atividades fora da escola a fim de conquistar novas amizades”, finaliza a Dra. Maura.
Maura de Albanesi – é psicoterapeuta, pós-graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia Artística, Psicoterapia Transpessoal e Formação Biográfica Antroposófica Master Pratictioner em Neurolinguística e mestranda em Psicologia e Religião pela PUC. Diretora do Instituto de Psicologia Avançada AMO. http://www.mauradealbanesi.com.br

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