Bichos da seda, coloridos e fluorescentes

Cientistas do Instituto de Pesquisa de Materiais e Engenharia (IMRE), de Singapura, descobriram, recentemente, uma maneira criativa de colorir a seda sem utilizar os convencionais processos de tingimento.

Em suas experiências, passaram a alimentar os bichos da seda com folhas de amora e corantes fluorescentes e, como as moléculas contidas nestes corantes passam a fazer parte dos filamentos da seda, o resultado foi a produção de fios coloridos naturalmente e sem a mínima possibilidade de perder a cor.

Segundo os cientistas, o novo método permite integrar as cores ao próprio tecido e acaba com a necessidade de tingimento manual. Além disso, acreditam que, através deste processo “verde” a seda possa se tornar um produto ecológico e sustentável, uma vez que, sendo tingidos naturalmente à partir do filamento, haverá redução do uso de água e corantes no seu tingimento.

Segundo um porta-voz da IMRE, Eugene Meng, a nova tecnologia por eles desenvolvida é simples e barata e pode facilmente ser incorporada nas grandes indústrias. ” A única diferença entre o processo atual e o novo por nós desenvolvido é a adição de corante na dieta do bicho-da-seda durante os últimos quatro dias de vida da larva. O casulo colorido resultante deste processo poderá ser colhido e processado utilizando os métodos habituais”, diz Eugene.

Atualmente, os pesquisadores estão trabalhando com outros parceiros para incrementar este processo e trazer ao mercado um novo produto em poucos anos.

Para poder comercializar o produto será necessário o desenvolvimento de uma grande gama de cores e melhorar a reprodutibilidade e consistência da intensidade das cores.

O trabalho desenvolvido por estes cientistas é uma ótima idéia, mas a questão é a seguinte: será que ela irá realmente favorecer o meio ambiente?

O processo é simples mas envolve corantes e também as pessoas que irão manusear os fios e, ainda não existe conclusões sobre o impacto que este novo método pode causar. Para o mercado, enquanto não houver respostas e o projeto não for concluído, o tradicional método de tingimento manual ainda será utilizado.

Enquanto as respostas não chegam e os cientistas tentam aperfeiçoar o método desenvolvido até o momento, o melhor que temos a fazer é dar preferência para os tecidos que tenham processo de tingimento com pigmentos naturais, que não agridam a natureza e que não provoquem nenhum problema para a nossa sáude.

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