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Goiânia celebra 100 anos de Art Déco com programação cultural que se estende até outubro

Campanha “Goiânia Art Déco – 100 Anos” promove a preservação da memória urbana e incentiva o envolvimento da população por meio de ações culturais, educativas e turísticas (Foto: Alex Malheiros)

Com uma das maiores concentrações de arquitetura Art Déco da América do Sul, Goiânia deu início, nesta segunda-feira (28), à campanha “Goiânia Art Déco – 100 Anos”. A abertura oficial foi realizada na antiga Estação Ferroviária, um dos principais marcos do estilo na cidade, com a presença do prefeito Sandro Mabel, do governador Ronaldo Caiado e de autoridades do setor cultural. A programação se estende até o aniversário da capital, em 24 de outubro, com concursos, roteiros turísticos guiados, debates e eventos educativos voltados à valorização desse patrimônio urbano.

“Goiânia é referência em Art Déco no Brasil e no mundo, e vamos nos unir para preservar esse patrimônio que tanto orgulha os goianienses”, afirmou o prefeito Sandro Mabel. Ele destacou que o movimento também integra os esforços de revitalização do Centro da capital. “Queremos um Centro pujante, com pessoas, comércio, restaurantes. Um corredor importante que começa no Jóquei Clube, desce a Goiás, passa pela Região da 44 e vai até a Pecuária”, disse, ao anunciar parcerias com a iniciativa privada para modernizar a região.

O governador Ronaldo Caiado reforçou o compromisso da gestão estadual com a preservação do acervo. “Sou apaixonado por Goiás e acredito que devemos, cada vez mais, valorizar nosso Estado. O Sandro sabe que pode contar comigo: vamos recuperar o Centro de Goiânia e investir na região”, disse. Caiado citou os investimentos já realizados, desde 2019, na recuperação de prédios históricos, que somam mais de R$ 300 milhões, e prometeu concluir a restauração completa da Praça Cívica até o fim do seu mandato. “Temos que ter um compromisso com a nossa história, para que esses prédios não desapareçam”, pontuou.

(Foto: Júnior Guimarães)

Patrimônio

Entre os principais marcos Art Déco da capital estão o Teatro Goiânia, o Coreto da Praça Cívica, o Relógio da Avenida Goiás, o Palácio das Esmeraldas e a própria Estação Ferroviária. Esses edifícios são símbolos de uma era que consolidou a imagem de Goiânia como cidade moderna e funcional. Segundo o arquiteto Wolney Unes, autor do livro Identidade Art Déco de Goiânia, embora haja avanços na preservação, ainda existem desafios. “Goiânia tem preservado essa riqueza, mas ainda pode fazer mais”, afirmou. Para ele, a campanha também representa uma oportunidade de fortalecer o turismo cultural na capital.

Além das ações educativas e turísticas, a campanha prevê a criação de um Comitê de Art Déco, presidido por Nárcia Kelly, titular da Agência Municipal de Turismo e Eventos (GoiâniaTur). “O Art Déco é uma marca forte da identidade de Goiânia e um atrativo que diferencia nossa cidade no cenário nacional”, destacou. Entre as próximas obras de restauração previstas, estão o antigo Fórum da Praça Cívica e o Palácio da Instrução, na cidade de Goiás.

Com ações integradas entre os governos estadual e municipal, a campanha “Goiânia Art Déco – 100 Anos” pretende não apenas celebrar o centenário do estilo, mas também promover a preservação da memória urbana da capital. Como afirmou o prefeito Sandro Mabel, “o Art Déco é uma arquitetura que marcou a cidade de Goiânia. Somos o segundo maior distrito mundial. Vamos comemorar, vivenciar e ensinar o goianiense sobre o estilo que construiu nossa cidade”.

Art Déco

O estilo Art Déco surgiu em 1925, com a Exposição Internacional de Arte Decorativa em Paris. Influenciado por movimentos como a Art Nouveau e o Cubismo, caracteriza-se por linhas geométricas, simetria, uso de cores vibrantes e materiais modernos, como aço e concreto armado. Na arquitetura, destaca-se pela harmonia entre inovação tecnológica e ornamentação artística. O movimento também teve impacto significativo nas artes plásticas, design gráfico, moda e cinema.

Em Goiânia, o Art Déco tornou-se um dos pilares da identidade urbana. Projetada na década de 1930 para ser a nova capital do Estado, a cidade foi planejada dentro dos ideais modernos da época e recebeu obras emblemáticas nesse estilo. O acervo foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2003, e especialistas apontam que se trata do maior conjunto Art Déco da América do Sul.

(Foto: Júnior Guimarães)
(Foto: Alex Malheiros)
(Foto: Júnior Guimarães)
(Foto: Júnior Guimarães)
(Foto: Alex Malheiros)
(Foto: Júnior Guimarães)
Revista Zelo

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