Vila Cultural Cora Coralina inaugura exposições simultâneas, nesta quinta-feira (16)

Realizada em parceria com o governo de Goiás e a prefeitura de Goiânia, exposição coletiva será aberta ao público com visitação gratuita até o dia 1º de outubro
Ilustração de Alex Katira. Foto: Léo Iran

Depois de cerca de 18 meses sem receber visitantes, os espaços públicos de Goiânia retomaram, gradualmente, suas atividades com a volta de programações presenciais. Inserida dentro desta etapa de retomada cultural do Estado de Goiás, a Vila Cultural Cora Coralina, unidade da Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), já com atividades desde o mês de agosto, se prepara para a inauguração de mais duas exposições simultâneas, nesta quinta-feira (16).

Com participação de 11 artistas goianos de diferentes gerações, a exposição coletiva “Amparo a Astral – Goiás” irá ocupar a sala “Antônio Poteiro”, com 12 obras de pequeno, médio e grande porte, entre gravuras, pinturas, desenhos e colagens. Simultaneamente, na sala ao lado, “Sebastião Barbosa”, serão expostas cinco obras em homenagem a mulheres pretas goianienses, do artista Alex Katira.

Obra do artista plástico Mateus Dutra. Foto Léo Iran

Ambas as exposições são uma realização em parceria do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Cultura, e da prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas. Com entrada gratuita, as obras podem ser visitadas pelo público até o dia 1º de outubro, das 9 às 17 horas, mediante agendamento pelo e-mail (vilacultural.coracoralina@goias.gov.br) ou pelo telefone (62 3201-9863).

Segundo o coordenador da Vila Cultural Cora Coralina e curador das mostras, Gilmar Camilo, coube a Vila, dentro do projeto de ocupação artística do espaço, a função de divulgar e promover as exposições que contam com trabalhos expressivos e significativos assinados por artistas goianos de significativa relevância.

Beneficente

O acervo da mostra “Amparo a Astral – Goiás” pertencente à Associação de Travestis, Transsexuais e Transgêneros de Goiás (Astral/GO), e é fruto de doações espontâneas feitas pelos seguintes artistas: Ana Carolina Cruz, Andréia Santana, Diogo Rustoff, Lauro Gontijo, Isabella Brito, Malaquias Belo, Mateus Dutra, Marcelo Solá, Nancy de Melo, Sandro Torres e Wander Von Wander, por meio de editais da Lei Aldir Blanc.

De caráter beneficente, toda a renda obtida a partir da venda das obras expostas será revertida a programas, projetos, ações e trabalhos desenvolvidos pela Astral. A comercialização das obras deve ser realizada diretamente com a organização.

Desde sua fundação, em 2000, a instituição desenvolve um trabalho sistêmico em parceria com o (SUS) Sistema Único de Saúde (SUS) de prevenção e assistência a mulheres em situação de vulnerabilidade. Atualmente, a organização é a única a tratar abertamente sobre questões ligadas ao tráfico de pessoas e a prostituição, além de realizar projetos com mulheres travestis e transexuais.

Segundo a presidente da Astral, Beth Fernandes, a instituição vive hoje a expectativa de ver expostas na Vila Cultural obras doadas por artistas goianos, e que fortalecem uma rede de apoio a projetos voltados para áreas dos direitos humanos e minorias. “A visita à Vila Cultural nesta exposição de quadros doados à Astral vai além de saborear a cultura e a arte, vai ao encontro da luta dos movimentos sociais em Goiás”, declarou a presidente.

Individual

Pela primeira vez promovendo uma exposição solo na Vila Cultural, o artista goiano de 32 anos, Alex Katira, traz a mostra “Kieza: de onde eu venho”. A iniciativa é uma homenagem às mulheres pretas goianienses, composta por cinco retratos de grandes personalidades da cidade, como Valéria da Congada e Naya Violetta, além de um vídeo com depoimentos das mulheres retratadas.

De acordo com o artista, existe, em Goiânia, uma potente identidade negra construída, entre outros fatores, pela força e atuação de mulheres pretas nos mais variados espaços. O objetivo da exposição é trazer a história de cinco dessas mulheres, que com suas próprias vivências, evidenciam o combate ao racismo, a luta pela valorização estética, cultural, religiosa e políticas das populações pretas.

Alex Katira é conhecido na cena cultural e artística de Goiânia há cerca de dezesseis anos, sempre explorando seu amor pelas manifestações tradicionais do povo goiano. Autodidata, o ilustrador e ativista usa a arte para expressar suas ideias e verdades, com traços influenciados pela mistura do estilo tradicional americano de tatuagem e de art neoveau com cores e formatos brasileiros.

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