Carnaval: confira cinco fatos inusitados que marcaram a festa ao longo da história

De tentativas de mudança de data a festa sem música, descubra momentos surpreendentes da folia
Carnaval Fatos inusitados
(Foto: Itay Peer/Unsplash)

O Carnaval é uma das festas mais populares do Brasil, mas sua história guarda fatos pouco conhecidos que vão além dos desfiles e blocos de rua. De tentativas de mudança de data à origem de tradições que se mantêm até hoje, a celebração passou por transformações curiosas ao longo dos séculos.

“O Carnaval no Brasil é sinônimo de festa, mas há tradições e origens que muitos desconhecem, como o fato de as rodas de samba terem sido, no início, consideradas clandestinas, e a criação das primeiras escolas de samba”, explica o professor de História Pedro Rennó, da plataforma Professor Ferretto.

Confira cinco curiosidades sobre a maior festa popular do país:

1. O primeiro Rei Momo do Brasil

O Rei Momo, figura tradicional do Carnaval, é sempre retratado como um homem corpulento e sorridente, mas nem sempre foi assim. O primeiro a ocupar o posto no Brasil foi o cantor e compositor Silvio Caldas, em 1933, que tinha porte esguio e elegante. A tradição de escolher alguém mais robusto veio depois, associada à ideia de fartura e alegria.

“A imagem do Rei Momo como um homem brincalhão e de formas mais generosas só se consolidou anos depois. No início, a figura era mais simbólica do que padronizada”, explica Pedro Rennó.

2. O Carnaval poderia ser em junho

Em 1892, o governo brasileiro propôs transferir o Carnaval para junho, alegando que o clima mais ameno tornaria a festa mais agradável. A ideia não foi bem recebida, e a tradição de comemorar a folia antes da Quaresma permaneceu. Naquele ano, houve duas celebrações: uma na data tradicional e outra na sugerida pelo governo.

“O Carnaval está historicamente ligado ao calendário cristão, e a tentativa de mudança para junho demonstrou a força da cultura popular sobre decisões políticas”, analisa o professor.

3. O samba já foi alvo de repressão

Hoje, o samba é um dos símbolos do Brasil e do Carnaval, mas nem sempre foi aceito. No início do século XX, o ritmo era associado às camadas populares e chegou a ser reprimido pela polícia. Rodas de samba eram alvo de fiscalização, e instrumentos como pandeiro e tambor eram vistos como ameaças à ordem pública.

“O samba saiu da marginalização para se tornar um patrimônio nacional. Esse processo mostra como a cultura popular resiste e se fortalece ao longo do tempo”, afirma Rennó.

4. A primeira escola de samba tinha um nome inusitado

A primeira escola de samba registrada no Brasil foi a “Deixa Falar”, criada em 1928 por sambistas do bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. O termo “escola de samba” surgiu porque os integrantes se reuniam perto de uma escola regular e brincavam que estavam fundando uma “escola” do ritmo.

“A criação da Deixa Falar foi um marco, pois ajudou a organizar e dar identidade às agremiações carnavalescas, que antes eram apenas blocos de rua”, comenta o especialista.

5. Já houve um Carnaval sem música ao vivo no Rio

Em 1912, o Carnaval carioca foi marcado pelo silêncio. O motivo? O falecimento do Barão do Rio Branco dias antes da folia. O governo decretou luto e proibiu bandas de tocarem nas ruas. Mas os foliões improvisaram: saíram com instrumentos de percussão e criaram batucadas, provando que o espírito carnavalesco não se apaga. “Essa história mostra que o Carnaval, mais do que uma festa, é uma manifestação espontânea do povo, que encontra formas criativas de celebrar mesmo diante de adversidades”, finaliza Rennó.

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