
O Complexo Oncológico de Referência do Estado (Cora), em Goiânia, recebeu os primeiros pacientes nesta segunda-feira (9). Reunindo R$ 63,2 milhões em investimentos em equipamentos de alta precisão, como ressonância magnética integrada ao centro cirúrgico e sistemas robóticos para reabilitação, a unidade é um marco para a saúde pública, com equipamentos inéditos no país. “Nenhum hospital privado do país oferece as mesmas condições de atendimento e procedimentos que estamos garantindo às crianças atendidas pelo SUS”, afirmou o governador Ronaldo Caiado, ao acompanhar a chegada de 12 pacientes infantis admitidos para tratamento oncológico.
Um dos destaques da unidade é a ressonância magnética de altíssima resolução, acoplada ao centro cirúrgico. O equipamento fornece imagens em tempo real para orientar a remoção de tumores com maior precisão. Com uma mesa cirúrgica compatível, é possível realizar exames durante o procedimento, sem a necessidade de transferir o paciente para outro ambiente. “Temos aqui a precisão da ressecção de um tumor com apoio de um scanner integrado à sala. Poucos hospitais no mundo contam com essa estrutura”, disse Caiado.
O Governo de Goiás investiu R$ 6,9 milhões na aquisição do aparelho. “Essas duas salas custam três vezes mais do que um centro cirúrgico convencional, mas é o único caminho para alcançar a remoção total do tumor”, afirmou Henrique Prata, presidente da Fundação Pio XII, entidade responsável pela gestão do hospital. Ele destacou o compromisso da atual gestão em oferecer um atendimento com maiores chances de cura.
Na reabilitação, o Cora investiu em dispositivos robóticos para apoio neurológico e motor. Entre os recursos, está o Lokomat, um exoesqueleto que fornece suporte às pernas, permitindo ao paciente levantar-se e caminhar com mais estabilidade. Outro destaque é a esteira sensorizada C-Mill, que utiliza realidade virtual e aumentada para tornar o processo de reabilitação mais interativo, especialmente para o público infantil. O conjunto de tecnologias inclui ainda os sistemas Andago, Armeo Power e Armeo Spring, totalizando um investimento de R$ 7,6 milhões.
Transplante de Medula e Inovações
A ala de Transplante de Medula Óssea (TMO) também foi equipada com tecnologias inovadoras. As camas hospitalares possuem colchões terapêuticos com balanças integradas, permitindo o monitoramento do peso de pacientes acamados sem necessidade de movimentação. Os leitos também contam com sensores programáveis que emitem alertas em caso de movimentações específicas. A climatização foi planejada com sistemas de ventilação e exaustão que garantem melhor qualidade do ar.
O hospital conta ainda com um microscópio compartilhável por até 10 profissionais, adquirido com recursos de R$ 355 mil, que permite diagnósticos simultâneos e discussão de casos em tempo real. Para os pacientes em cuidados intensivos, há dois cicloergômetros de leito, semelhantes a bicicletas ergométricas, que promovem a circulação e previnem atrofias musculares. O valor da compra foi de R$ 420 mil.
Na capacitação das equipes, foram destinados R$ 575 mil para a compra de simuladores de treinamento clínico, voltados à formação de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas com foco em segurança e precisão no atendimento. Outro equipamento incorporado ao Cora é o Lyse Wash Assistant (LWA-BD), que automatiza a preparação de amostras celulares para exames, auxiliando no diagnóstico e no acompanhamento de doenças como leucemias e linfomas.
