O mercado de carros elétricos está crescendo e hoje já há mais de 100 mil veículos do tipo circulando no Brasil. A expansão, no entanto, tem esbarrado num entrave. Muitos consumidores ainda hesitam na hora de comprar um modelo por temerem dificuldades na hora de abastecer. Não é fácil encontrar pontos de recarga nas grandes cidades.
As vagas oferecidas por shoppings, por exemplo, são muito disputadas. Além disso, nem todos conseguem carregar o veículo em casa com segurança. Por isso, tem crescido a busca por condomínios que ofereçam pontos de abastecimento. Para o gerente de Novos Negócios da Cipa, Bruno Queiroz, é preciso que os condomínios comecem imediatamente a criar estruturas para atender a essa nova demanda.
– Vamos precisar de carregadores elétricos nos condomínios, é uma tendência que cada vez mais moradores exijam esta comodidade. Isso vai exigir dos administradores um planejamento eficaz, que permita a instalação dos equipamentos de forma rápida e segura — salienta Queiroz.
São Paulo, por exemplo, já conta com uma lei específica sobre essa questão. Pela regra, assinada em 2020, os novos empreendimentos privados devem contar com infraestrutura de carregadores. No Rio, medida similar foi aprovada pela Assembleia Legislativa, cabendo ainda ao Poder Executivo estadual aprovar ou vetar o Projeto de Lei.
– Algumas incorporadoras paulistas já entregam a construção com os carregadores instalados. Sem dúvida, é um grande diferencial — diz o representante da Cipa.
No caso dos edifícios já existentes, que não contam com a infraestrutura necessária, é necessário que os síndicos, após conseguirem aprovação para a obra em assembleia, contratem uma avaliação técnica e um projeto de instalação dos carregadores, que deve ser feito por um engenheiro elétrico com registro no CREA.
– Não dá para fazer de improviso. Para fazer a instalação de forma segura, é preciso preparar o prédio para evitar sobrecarga, incêndio e curto-circuito — alerta Queiroz.
Segundo o gerente da Cipa, o valor do condomínio não será mais alto com os pontos de recarga, já que a cobrança pelo uso do equipamento é individualizada.
– Há tecnologia de ponta capaz de identificar o morador que abasteceu o seu veículo. O custo da recarga vai de forma imediata para o apartamento onde mora o usuário — explica Queiroz, lembrando que os pontos de recarga também servem para bicicletas, motos e patinetes.