Eletromobilidade em ascensão: Brasil caminha para uma nova era com investimentos e recordes

Aquisições de fábricas, aumento da infraestrutura e números impressionantes de vendas impulsionam o crescimento do mercado de carros elétricos no país.
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Foto: Pixabay

Uma nova era para a eletromobilidade pode ser observada no Brasil, principalmente com a industrialização focada no setor. Os sinais estão em investimentos como a aquisição da fábrica da Ford, na Bahia, pela montadora chinesa BYD. Além disso, tivemos a inauguração de uma fábrica da Eletra, voltada para os ônibus elétricos 100% nacionais em São Bernardo do Campo-SP.

Além disso, o barateamento dos automóveis e o aumento dos carregadores públicos e semipúblicos por todo o Brasil marcam uma nova fase para a eletromobilidade. Segundo os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram registrados 6.435 emplacamentos em maio deste ano, estabelecendo a maior marca mensal de vendas de veículos leves eletrificados desde o início da série histórica e esse número tende a aumentar para o mês de junho. Com isso, o país ultrapassou a marca de 150 mil veículos elétricos em circulação, chegando a 152.453 em maio.

Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa especializada em soluções para a eletromobilidade, estamos vendo um passo no caminho para a eletrificação do país. “Os dados deixam claro que o Brasil tem o potencial de se tornar um grande símbolo da eletrificação, principalmente considerando a nossa matriz energética limpa e o potencial que é disponibilizado pela eletrificação das frotas de ônibus. Ao meu ver, esse é o primeiro grande passo para um futuro que é irreversível e imensurável”, afirmou o executivo.

Ainda segundo os dados da ABVE, no primeiro semestre deste ano, foram vendidas 26.014 unidades, um aumento de 59% em relação ao mesmo período de 2022. Esses números consolidam o primeiro semestre de 2023 como o melhor da série histórica da ABVE, evidenciando o crescimento contínuo do mercado de carros elétricos no Brasil. Porém, David destaca que podemos ver um salto com a produção de modelos mais populares no Brasil.

“Em outros mercados do mundo, principalmente China e Índia, já vemos modelos elétricos sendo vendidos por valores abaixo dos seus concorrentes a combustão. Isso, combinado com o baixo custo de manutenção dos veículos elétricos, é uma verdadeira revolução para a indústria. Também é válido considerar que os fatos recentes dos investimentos na produção de ônibus elétricos pode representar uma economia para os cofres públicos e podem ser um vetor para a diminuição do preço das passagens, principalmente porque os ônibus elétricos podem trazer uma economia de até 70% nos custos operacionais”, explica o executivo.

A gigante chinesa BYD desembarcou no mercado brasileiro com toda sua imponência. Após o lançamento do hatch médio Dolphin, com um preço de R$ 150 mil, a marca está se preparando para uma nova estreia avassaladora: o compacto Seagull. Com um preço estimado entre R$ 100 mil e R$ 110 mil, esse veículo elétrico se tornará o mais acessível do Brasil. Os entusiastas poderão ter um gostinho desse modelo revolucionário no final deste ano ou no início de 2024.

“O carro elétrico terá a sua popularização quando derrubamos a principal barreira: seu custo de entrada. Pois, o investimento hoje em um automóvel eletrificado representa uma economia, em longo e médio prazo, para os usuários”, completou David. O executivo também reafirma a necessidade de diálogo, principalmente em relação aos condomínios, que precisam determinar questões como ao fornecimento de carregamento e os espaços reservados para os automóveis, como a análise da sua rede de fornecimento de energia.

Além disso, acordos de aproximação com o bloco dos Brics e do Mercosul, principalmente com a modernização da relação entre os países, pode se tornar um grande marco na produção nacional destes automóveis. “Temos que pensar na eletrificação não apenas como algo para fornecer o melhor dos elétricos para o mercado nacional, como uma forma de expansão do leque de produtos oferecidos, pelo Brasil, para o mercado externo. Podemos exportar esses automóveis e assegurar a nossa posição como exportador de ônibus na América do Sul”, completou o executivo.

 

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