Nos últimos meses, o mundo da moda se debruçou sobre o conceito quiet luxury, um movimento que surgiu como uma expressão que visa romper com os excessos e, para tanto, investe em criações inspiradas em cores neutras, cortes clássicos e peças mais discretas. E não demorou para que essa referência fizesse sua conexão com a arquitetura de interiores, desenvolvendo leituras que possibilitem criar projetos residenciais mais minimalistas e atemporais, tendo em vista também o conforto, a sofisticação e a funcionalidade de um verdadeiro lar.
“O quiet luxury é o oposto da ostentação óbvia e reconhecível de maneira massificada. Trata-se de uma arquitetura mais limpa e funcional, realizada com materiais e acabamentos altamente qualitativos”, opina a arquiteta Patricia Penna, que possui mais de duas décadas de atuação no mercado de luxo e na arquitetura e arquitetura de interiores. À frente do seu escritório Patricia Penna Arquitetura & Design, ela destaca os atributos que integram essa proposta no décor:
Uma cartela de cores bem elaborada
De acordo com a profissional, dentro da esfera do quiet luxury, a paleta de cores e combinações cromáticas de um projeto de interiores é de extrema importância. Para tanto, as cores escolhidas devem ser atemporais, estimular o bem-estar, promover o conforto e transmitir uma atmosfera clean. “Considerando que o termo nasceu no universo da moda, a migração para universo da arquitetura e design de interiores implica em, quase de imediato, aplicar uma cartela pautada em tonalidades mais sóbrias, atemporais e elegantes”, analisa Patricia, que relaciona as bases tonais dos cinzas, fendis, brancos, azuis mais secos e terracotas como cores que conversam muito bem com a tendência.
Minimalismo em consonância com a funcionalidade
Evitar os excessos – tanto na órbita dos mobiliários, como nos detalhes estéticos –, é um dos principais acenos dentro da proposta quiet luxury. Dessa forma, cabe ao profissional aproveitar muito bem cada escolha arquitetônica e extrair o máximo proveito de cada um dos itens escolhidos para agregar sofisticação e um melhor aproveitamento do layout do espaço.
“O minimalismo está muito ligado ao movimento, porém não devemos esquecer que uma casa precisa de aconchego”, enfatiza a arquiteta. Para alcançar essa percepção, acabamentos e tecidos que suscitam esse bem-estar e o desejo ao toque são super indicados. “Considero como ótimas escolhas as versões de linho, veludos de algodão ou seda, couros, camurças, lãs e madeiras”, aponta Patricia.
O clássico e o moderno em sintonia
Investir em elementos “invisíveis”, que tornem a experiência de morar ainda mais acolhedora e luxuosa é um direcionamento interessante para moradores que buscam soluções inovadoras para facilitar atividades práticas do dia a dia, como o simples abrir e fechar de cortinas. “Sistemas de automação como o acionamento de persianas e cortinas, ar-condicionado e aquecimento, abertura e fechamento de janelas e toldos, aspiração central, piso aquecido e sonorização ambiente são algumas das tecnologias que contribuem para tornar a experiência diária das pessoas ainda mais aprazível”, finaliza a arquiteta, elencando alguns recursos que transformam a arquitetura de interiores.