Luxo e emoção

<p style="text-align: justify;">Na hist&oacute;ria da arte, o barroco &eacute; considerado o estilo da emo&ccedil;&atilde;o. E este foi o ponto de partida para o arquiteto, urbanista e designer de interiores Alexandre Milhomem idealizar o Studio Barroco, um dos ambientes da Casa Cor Goi&aacute;s deste ano. Luxuoso e requintado, a rea&ccedil;&atilde;o mais comum do visitante ao entrar no espa&ccedil;o &eacute; ficar boquiaberto.</p>
<p style="text-align: justify;">Do teto ao ch&atilde;o, muitos detalhes foram pensados para o projeto a fim de trazer o sentimento que existe em algumas cidades europeias onde o barroco ainda figura, e tamb&eacute;m em cidades brasileiras que preservaram o estilo que chegou ao Pa&iacute;s na &eacute;poca da coloniza&ccedil;&atilde;o, como em Ouro Preto, Minas Gerais.</p>
<p style="text-align: justify;">Alexandre Milhomem revela que, antes de elaborar o projeto do Studio, esteve em Praga, na Rep&uacute;blica Tcheca, e, em seguida, na cidade mineira. &ldquo;Dessa forma, consegui captar a rela&ccedil;&atilde;o do barroco europeu com o de Ouro Preto. Como o tema desta edi&ccedil;&atilde;o da Casa Cor tinha essa rela&ccedil;&atilde;o com a brasilidade, eu quis mostrar que o design brasileiro tamb&eacute;m pode ser cl&aacute;ssico e n&atilde;o &eacute; somente representado por pe&ccedil;as assinadas e confeccionadas neste momento&rdquo;, destaca.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Projeto/alexandre%20(1).jpg" alt="A artista pl&aacute;stica Elsa Elvas elaborou quadros em madeira com representa&ccedil;&otilde;es de arte sacra, inseridos nos pain&eacute;is da dequalit&aacute;" width="800" /></p>
<p style="text-align: justify;">O ambiente tem cerca de 52 m&sup2; e nele se destacam lustres e arandelas com linhas sinuosas em folhas de ouro e cristais. Nas paredes, grandes molduras barrocas entalhadas em dourado receberam espelhos. Em outros momentos, elas circundam as arandelas. Pap&eacute;is de parede em arabesco foram o revestimento escolhido para o projeto, em tonalidades que fazem refer&ecirc;ncia &agrave;s fontes, muito comuns em toda a cidade de Ouro Preto.</p>
<p style="text-align: justify;">As obras de arte s&atilde;o elementos que n&atilde;o podem faltar em um ambiente de inspira&ccedil;&atilde;o barroca. Para fazer esta ponte com o contempor&acirc;neo, a artista pl&aacute;stica Elsa Elvas elaborou quadros em madeira com representa&ccedil;&otilde;es de arte sacra, especialmente criados para a mostra. Segundo Milhomem, a artista tem Aleijadinho como inspira&ccedil;&atilde;o, um dos maiores representantes do estilo no Brasil.</p>
<p style="text-align: justify;">Ao olhar para cima, o visitante tem uma surpresa. No teto, a ilumina&ccedil;&atilde;o pontual em LED divide espa&ccedil;o com uma bela pintura emoldurada feita pelo artista pl&aacute;stico Mangabeira. A obra &eacute; uma reprodu&ccedil;&atilde;o da Igreja Nossa Senhora do Pilar, que fica em Ouro Preto. &ldquo;Ele fez uma pintura em cima da fotografia para dar um ar art&iacute;stico. A ideia n&atilde;o era fazer igual. Queria trazer a sensa&ccedil;&atilde;o daquele espa&ccedil;o, representar a hist&oacute;ria de uma forma atual&rdquo;, explica.</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Projeto/alexandre%20(2).jpg" alt="As cristaleiras brancas, pintadas em laca, da dequalit&aacute;, tamb&eacute;m evidenciam a inspira&ccedil;&atilde;o no estilo" width="800" /></p>
<p style="text-align: justify;"><strong>Mobili&aacute;rio</strong></p>
<p style="text-align: justify;">A inspira&ccedil;&atilde;o barroca em pe&ccedil;as contempor&acirc;neas tamb&eacute;m aparece nas cristaleiras brancas, pintadas em laca, que fazem parte da linha vintage, da Dequalit&aacute; M&oacute;veis Planejados. Discretas molduras entalhadas nas gavetas e nas laterais do m&oacute;vel fazem alus&atilde;o &agrave;s almofadas e aos filetes, t&iacute;picos do mobili&aacute;rio colonial barroco. Na mesma linha est&atilde;o as estantes brancas com ilumina&ccedil;&atilde;o embutida, que servem de painel para abrigar as obras sacras da artista Elsa Elvas.</p>
<p style="text-align: justify;">Uma grande c&ocirc;moda divide o ambiente e faz refer&ecirc;ncia &agrave;s arcas tipicamente mineiras do s&eacute;culo XVII. Ela foi constru&iacute;da na madeira pura. S&atilde;o duas pe&ccedil;as unidas para formar um &uacute;nico m&oacute;vel. &ldquo;A inspira&ccedil;&atilde;o foi nas sacristias, onde ficavam as vestimentas dos padres e da pr&oacute;pria igreja. Como seria muito complicado trazer uma pe&ccedil;a grande, original, essa c&ocirc;moda espelha o ambiente e a simetria faz parte do cl&aacute;ssico&rdquo;, aponta o arquiteto.</p>
<p style="text-align: justify;">Sem esquecer a sustentabilidade, e sem perder o bom gosto, o projeto recebeu um piso em porcelanato que imita madeira e preserva o aspecto r&uacute;stico dos pisos coloniais. Sobre ele, releituras de tapetes persas formando um patchwork contempor&acirc;neo desse cl&aacute;ssico, com cores e tons da &eacute;poca colonial brasileira.</p>
<p style="text-align: justify;">Milhomem utilizou elementos do design sensorial para compor o Studio Barroco. Al&eacute;m das pe&ccedil;as em prataria, o cheiro do ambiente &eacute; de ess&ecirc;ncia de capim-santo, que, segundo o arquiteto, &eacute; t&iacute;pico da Ouro Preto colonial. Para completar, a sonoridade da m&uacute;sica barroca. &ldquo;A ideia do projeto foi trazer o sentimento, a inspira&ccedil;&atilde;o de Ouro Preto que passou pelos meus olhos. Como o foco do meu trabalho &eacute; o luxo, ent&atilde;o, este &eacute; o barroco luxuoso&rdquo;, arremata o arquiteto</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://revistazelo.com.br/public/backend/midias/tinymce/Projeto/alexandre%20(3).JPG" alt="Alexandre Milhomem se inspirou no barroco europeu e de Ouro Preto para criar o studio" width="800" /></p>

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