Arquiteta Carol Rosa fala sobre os benefícios da ‘neuroarquitetura’

Conceito que aplica noções de neurociência à arquitetura está ligado à busca por melhoria da qualidade de vida e bem-estar diante de projetos arquitetônicos
Arquiteta e designer Carol Rosa (Foto: Pedro Mota)

Como sabemos e sentimos, o local onde estamos inseridos tem o poder de influenciar em questões básicas, como comportamento, disposição, até mesmo o humor e os desejos. Nesse sentido, há algum tempo que o termo ‘neuroarquitetura’ começou a se popularizar, associado à melhoria da qualidade de vida e satisfação diante de um projeto arquitetônico ou espaço determinado. A nomenclatura, na verdade, diz respeito às noções da neurociência aplicadas à arquitetura, de modo a se obter respostas sobre o efeito causado por ambientes físicos tanto no corpo quanto no cérebro.

A arquiteta e designer de interiores Carol Rosa explica que se trata de um trabalho multidisciplinar, que envolve vários olhares, diferentes profissionais e estudos científicos, para se chegar a esses feedbacks. “O trabalho é coletar dados a partir dos briefings com os clientes e então, associando-os a dados científicos, buscar garantir o resultado que se deseja para a atmosfera daquele determinado espaço ou projeto”, afirma a profissional.

Carol defende que arquitetura é qualidade de vida. Para ela, a partir do momento em que se investe em um espaço para se viver, esse investimento é feito também em saúde física e mental. “Eu sempre acreditei que um projeto não pode ser pautado unicamente pela estética, pelo fator beleza. E quando eu descobri esse estudo, eu fiquei encantada por poder ajudar o meu cliente com respaldo científico para chegar no melhor resultado”. Ainda de acordo com a profissional, um exemplo claro é o das plantas, que têm diferentes reações de acordo com o ambiente onde vivem. “E nós, seres humanos, também somos influenciados e moldados pelos espaços em que vivemos. Então, com essa terapia de ambientes nós podemos trabalhar melhor esses ambientes para garantir maior qualidade de vida”, acrescenta.

“Estamos falando em desenvolver espaços de acordo com as necessidades de cada indivíduo, de modo a ajudá-lo diretamente no que ele precisa. Para uma criança ansiosa, hiperativa, por exemplo, vamos buscar artifícios neurocientíficos para buscar o equilíbrio no seu quarto, seja por intermédio do paisagismo, aromas, cores e uma setorização, por meio da qual ela poderá distinguir os momentos de estudar, dormir e brincar”, explica. A arquiteta comenta que o resultado é uma maior consciência sobre a noção dos momentos certos para cada atividade, assim como a regulação das funções corporais.

Humanização

“Falar sobre a humanização de espaços corporativos ou de qualquer espaço vai muito além de elementos decorativos ou paredes coloridas. É preciso analisar o conforto térmico, acústico, a qualidade do ar, a segurança, a integração total dos espaços, todos os setores de influência daquele espaço sobre as pessoas que vão conviver ali. Como se tratam de locais geralmente estressantes, é importante ter um espaço de descompressão para que o cérebro tenha momentos de pausa e descanso, mesmo em home office, que se tornou tão comum atualmente”, esclarece.

Nesse sentido, a arquiteta acredita que o cenário de pandemia fez com que mesmo afastadas, as pessoas também se aproximassem, alterando sua forma de observar o mundo e o próximo, assim como a sua relação com a moradia. “As pessoas passaram a estar mais inseridas no seu lar cotidianamente e, assim, puderam dar mais valor a ele. É um período de transformação do qual também podemos tirar lições positivas”, conjectura. Carol ainda associa que os benefícios da chamada neuroarquitetura estão ligados a empatia, à evolução, ao bem-estar físico e mental, ao respeito ao ser humano enquanto indivíduo único. “Então, a terapia de ambientes, o estudo da neurociência aplicado à arquitetura, vem com toda a força para nos ajudar a sermos seres humanos melhores em espaços melhores”, conclui.

Carol Rosa Arquiteta e Urbanista
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