O Boticário reproduz cheiro original da Baía de Guanabara em fragrância

Referência em logística reversa no Brasil desde 2006, a marca apresenta o perfume Extinto, que será lançada sem comercialização
Boticário Baía de Guanabara
Projeto Extinto visa alertar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente (Foto: Iude Richele)

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil recicla apenas 4% de todo o lixo descartado diariamente. Esse cenário, somado à uma atuação consistente do Boticário em logística reversa há quase duas décadas, foi ponto de partida para que a marca idealizasse o Projeto Extinto, que visa alertar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente e da gestão de resíduos sólidos. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (FGB) e tem sua primeira fase marcada pelo lançamento de uma fragrância inédita, que reproduz o cheiro original da Baía de Guanabara, a segunda maior em extensão do litoral do país, com 380 km², e que recebe 98 toneladas de lixo por dia – segundo a Abrelpe.

Batizada de Extinto e inspirada na Baía de Guanabara, a fragrância será a primeira de uma edição limitada de produtos que não serão comercializados e foram desenvolvidos para constituir um chamado urgente sobre o risco de degradação ambiental de áreas naturais em decorrência da poluição e do descarte incorreto de resíduos. Atualmente, no Brasil, apenas 1,1 milhão das 27,7 milhões de toneladas de resíduos recicláveis gerados anualmente têm o destino adequado – índice muito abaixo de países como Chile, Argentina e Turquia.

A marca está atenta ao cenário de descarte de resíduos sólidos de forma mais ativa desde 2006 graças ao programa Boti Recicla – o maior programa de logística reversa do Brasil em pontos de coleta. A capilaridade da varejista de beleza, que está presente em 1650 municípios brasileiros, permite otimizar os números alarmantes do cenário brasileiro – como o que revela baixo percentual (4%) de reciclagem do lixo descartado diariamente – mas depende de um chamado para que a sociedade se engaje na causa e, junto a outros agentes transformadores, possa reduzir os impactos negativos ao meio ambiente.

“O Projeto Extinto parte de um conceito que defendemos em todas as nossas ações e comunicações: só existe beleza, se existir planeta. E o risco de que a Baía de Guanabara, que traz uma biodiversidade valiosíssima para a nossa existência, não se regenere por conta da poluição e geração de resíduos é real – e assustador. Por isso, queremos aproveitar nosso alcance, capilaridade e relação próxima com os nossos consumidores para dar cada vez mais visibilidade a temas relevantes para a agenda de ESG, reforçando o compromisso e papel da marca como agente transformador dessa realidade”, afirma Marcela de Masi, diretora-executiva de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

Para criar a fragrância sem extrair nenhuma matéria-prima da área preservada, perfumistas da marca viajaram até o Recôncavo da Guanabara e captaram, por meio da tecnologia Headspace, amostras das moléculas aromáticas do ambiente. A partir de uma análise cuidadosa, o time de experts conseguiu identificar os odores presentes na região e realizar a leitura de seus elementos originais, que, por conta da devastação ambiental, não podem mais ser encontrados fora da região preservada. O último passo foi a reprodução fiel do cheiro por meio de matérias-primas sintéticas. O desenvolvimento e pesquisa para chegar à fragrância, com notas que expressam o frescor das águas e o verde exuberante das florestas, levou cerca de seis meses. O produto é vegano e composto por 93% de ingredientes de origem natural, rastreáveis, orgânicos e de cadeia circular – além de uma baixa porcentagem de elementos sintéticos.

Baía de Guanabara

A escolha do local para o início da expedição, que deve avançar em outros continentes ainda esse ano, se deu pela sua relação com a Fundação Grupo Boticário, que historicamente investiu diretamente mais de R$13 milhões e mobilizou nos últimos 5 anos, junto a diversos setores, outros R$ 12 milhões em apoio a iniciativas na região.

O trabalho realizado pela Fundação Grupo Boticário na região começou em 2019, quando a FGB, em parceria com outras organizações – como o INEA, Instituto Estadual do Ambiente, e a FIRJAM, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, passou a investir na preservação local por meio do Movimento Viva Água Baía de Guanabara, que reúne parceiros como governos, sociedade civil e empresas no desenho de soluções que aliam conservação com desenvolvimento econômico, buscando criar um novo modelo baseado na economia regenerativa e na natureza como elemento central deste processo. De lá pra cá, a Fundação contribuiu ativamente para o desenvolvimento sustentável da Baía de Guanabara, que abrange 17 municípios, com apoio de parceiros como governo, sociedade civil e empresas privadas e públicas.

Criado pela AlmapBBDO, o Projeto Extinto passará por quatro outros continentes. Nos próximos meses, O Boticário lança fragrâncias inspiradas nos cheiros de outras paisagens, ao redor do mundo, ameaçadas pela poluição: Calábria, na Europa, Ilha de Madagascar, na África, Nova Delhi, na Índia, e Camberra, localizada na Oceania.

Muito além da fragrância

Para reforçar sua atuação e o compromisso com a mudança do atual cenário de poluição da Baía de Guanabara, O Boticário se juntou com a ONG Guardiões do Mar para retirar mais de uma tonelada de resíduos da bacia hidrográfica. A ação aconteceu no dia 18 de janeiro, em comemoração ao Dia Estadual da Baía de Guanabara, determinado pela Lei 3616/2001.

A limpeza reuniu 26 voluntários na Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, para remover boa parte dos resíduos sólidos descartados no local. Após registro e pesagem, o lixo coletado foi encaminhado para um aterro sanitário devidamente regularizado e credenciado pelo INEA. Também foi feita a seleção e categorização dos itens, por meio de um protocolo científico utilizado nacionalmente que insere os dados no mapeamento do Ministério do Meio Ambiente. Com isso, as autoridades terão acesso a um panorama dos resíduos que chegam à costa.

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