Guia celulite: tudo o que você precisa saber para acabar com os furinhos

Time de especialistas explicam métodos de prevenção e tratamento para quem quer finalmente se ver livre da celulite.
Celulite: tudo o que você precisa saber
Foto: Divulgação

95%: esse é o percentual de mulheres que apresentam lipodistrofia ginóide, ou seja, a famosa celulite. “A celulite é uma inflamação do tecido adiposo, em que as células gordurosas sofrem um processo de alteração, apresentando excesso de gordura no seu interior e deformidade da sua parede. Essas irregularidades acabam se projetando na superfície, levando à formação de uma série de ondulações na pele. Além disso, a diminuição das fibras de colágeno agrava o problema. O tecido de gordura é flácido e requer septos de fibrose (colágeno) para ser sustentado. Quando esse colágeno não é suficiente, surge a celulite”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Fatores de risco – O problema é muito mais comum em mulheres por conta do hormônio estrogênio, diretamente envolvido nesse processo de inflamação. A celulite está também relacionada a diversos fatores, sendo os principais o sobrepeso e o alto consumo de gorduras e açúcares na alimentação. “Apesar do maior índice em mulheres de sobrepeso, mulheres magras também têm celulite. Isso acontece porque há um desequilíbrio entre a taxa de gordura e a taxa muscular”, afirma a médica. No entanto, a genética é a principal causa para a celulite e fatores ambientais contribuem apenas 5% para o seu aparecimento. “E a condição pode aparecer a qualquer momento, mas, geralmente, acontece após a puberdade, quando os níveis de estrogênio aumentam”, destaca a Dra. Paola.

Prevenção –   Mas a boa notícia é que é possível prevenir esse problema por meio de alguns cuidados básicos, como praticar exercícios físicos regularmente. “A celulite está relacionada a vários fatores, entre eles: o sobrepeso — mas não necessariamente, já que temos também muitas mulheres magras com celulite, o que ocorre quando há um desequilíbrio entre a taxa de gordura e a taxa muscular. Muitas vezes, pessoas magras com poucas fibras musculares têm tendência a apresentar a celulite. Por isso, é de fundamental importância praticar atividade física, já que a aceleração do metabolismo promovida pelos exercícios juntamente com o crescimento muscular vão equilibrar essas taxas e melhorar o aspecto da pele, ajudando até mesmo os tratamentos contra celulite”, recomenda o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Além da atividade física, a dieta também é de suma importância no controle da celulite e a consulta com um médico nutrólogo é fundamental para prevenir o problema. “Os fatores de piora ou gatilho da celulite relacionados à dieta são muitos, incluindo má alimentação, não funcionamento intestinal, baixa ingesta de líquidos, sobrepeso e abuso no consumo de alimentos industrializados, ultraprocessados e ricos em sódio, açúcar e gorduras”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. Logo, para evitar a celulite, introduza alimentos integrais, grãos, fibras e proteínas e gordura de boa qualidade, além de frutas e verduras, em sua dieta e evite alimentos que são considerados inflamatórios, como açucares, farinha branca e gorduras. O aumento da ingestão de água também é indispensável

O cigarro também deve ser evitado para que o aspecto de casca de laranja não afete a pele. “As substâncias do cigarro afetam diversas funções do organismo e são tóxicas, piorando a oxigenação e a microcirculação da pele, diminuindo a produção de colágeno, promovendo o acúmulo de gordura localizada e piorando a celulite”, diz a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da ISAPS. Fique de olho também nas pílulas anticoncepcionais, já que essas podem piorar o aspecto da celulite. “Muitas pílulas contêm estrógenos, hormônio que pode causar ou piorar a celulite. Mas a resposta aos hormônios anticoncepcionais é individual e varia muito de paciente para paciente. Logo, o melhor é conversar com seu médico e, se for o caso, buscar por novas alternativas”, explica a Dra. Paola.

Para prevenir o problema, é interessante também realizar um exame genético, que é capaz de identificar a presença de variantes genéticas que podem favorecer o surgimento e a piora dos quadros de celulite. Segundo o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética e diretor geral Multigene, que tem um exame especial de perfil de genotipagem para prevenir e tratar celulite, o exame genético não só detecta a presença de variantes associadas à celulite, mas também ajuda a entender como o paciente pode neutralizar a ação das alterações que comprometem a pele usando o estilo de vida. “Os seus hábitos influenciam muito a expressão dos seus genes, então é possível prevenir e melhorar o aspecto da celulite adotando mudanças no seu cotidiano”, afirma o especialista.

Tratamentos – No entanto, para quem já sofre com a celulite, existem tratamentos que auxiliam no combate ao aspecto de casca de laranja da pele, como a aplicação de bioestimuladores de colágeno injetáveis. “Através do estímulo de colágeno proporcionado pelas injeções com bioestimuladores, ocorre uma reorganização dos septos fibrosos responsáveis por sustentarem o tecido adiposo, o que promove a melhora da celulite e do aspecto de casca de laranja da pele”, explica o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “Já para quem apresenta celulite acentuada, uma opção interessante é a subcisão, tratamento feito por meio de cânulas específicas ou agulhas para quebrar as traves da celulite, sendo, geralmente, realizado em centro cirúrgico ou em clínicas que possuem estrutura para o procedimento”, destaca o especialista.

Já quem procura por opções menos invasivas, o padrão ouro para tratar essa alteração é o Ultrassom 3D Solon, que trata a celulite, a gordura e a superfície da pele, pois é possível ajustar exatamente a profundidade onde o aparelho vai agir e o tamanho do dano térmico lateral. “Com isso nós modulamos o tanto de contração de músculo e pele que a gente vai ter e o quanto o aparelho consegue destruir a gordura e os septos fibrosos da celulite. Então é um novo ultrassom micro e macrofocado com recursos tridimensionais”, afirma o Dr. Abdo Salomão Jr.

A suplementação de nutracêuticos é outra estratégia que pode auxiliar no combate à celulite. “Os nutracêuticos têm como objetivo melhorar a resposta do organismo em relação as causas da celulite. Dessa forma, a suplementação desses ativos, em associação com uma dieta balanceada e a realização de exercícios físicos, é capaz de modular as respostas de detoxificação, aumentar a oxigenação tecidual e reduzir o acúmulo de gordura, resultado na diminuição do edema e na melhora do contorno corporal”, destaca a Luisa Wolpe Simas, nutricionista e consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos. “Para combate à celulite, é possível destacar ativos como o FC Oral, que possui ação anti-inflamatória para melhora da celulite, e o Bio-Arct, que atua no combate ao processo diminuição da oxigenação tecidual causado pela celulite, pois promove a vasodilatação e melhora a oxigenação dos tecidos para reduzir o aspecto de casca de laranja. O Glycoxil é outro ativo capaz de atuar no tratamento da celulite, já que combate o acúmulo de gordura dentro das células causado pelo consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos refinados”, aconselha a especialista.

No entanto, é importante lembrar que, antes de optar por qualquer tipo de tratamento, você deve consultar um médico especializado. “Apenas o médico poderá realizar uma avaliação e indicar o tratamento mais adequado para suas características e necessidades. Vale ressaltar também que, além dos tratamentos, é fundamental que você melhore seus hábitos de vida para manter a aparência da pele bonita e saudável, como abandonar o cigarro, refrigerantes e bebidas alcóolicas, fazer atividade física e manter uma dieta balanceada”, finaliza a Dra. Paola Pomerantzeff.

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