Os cineastas Cacá Diegues e Arnaldo Jabor (foto) reuniram-se neste sábado (18) para um bate-papo aberto ao público, no XIII Festival Internacional de Cinema e vÃdeo Ambiental (Fica). O encontro foi realizado no cine Teatro São Joaquim e contou com mediação do presidente da Agepel, Gilvane Felipe.
O tema da conversa, que conseguiu lotar o cine teatro, claro, foi cinema. “Tanto como cinéfilo como cineasta, nunca vivenciei um perÃodo tão fértil para o cinema brasileiroâ€, avalia Cacá Diegues. O cineasta afirma que a produção nacional está se tornando permanente e não vive mais de ciclos, como no passado.  Sobre o momento atual do setor cinematográfico no Brasil, Arnaldo Jabor acredita que “vivemos um reflexo dessa transição da tecnologia. Isto gerou uma mutação de que estamos com produção e exibição no paÃs, que são os filmes de grande produção e filmes autorais de produção mais modestaâ€.
A questão dos avanços tecnológicos na produção de cinema foi abordada por Arnaldo Jabor. Ele acredita que um problema a ser vencido é a distribuição dos filmes, mesmo diante do alto crescimento da produção. “Este excessos de filmes gera mutação na linguagem, mas também uma crise a ser contornada de alguma maneira, que precisa ser pensada rapidamenteâ€, pontua.Â
As novas formas de apresentação dos filmes também foi uma preocupação exposta pelo cineasta. Para ele, os artifÃcios, como 3D, vicia o espectador a não pensar sobre o que lhe é exibido.
Cacá Diegues explica o cenário comercial cinematográfico contemporâneo. “As salas de cinema são apenas uma das maneiras de atingir-se o público. Temos no Brasil cerca de 2400 salas de exibição, o que é uma situação miserável dentro do cinema mundial. Estas salas dedicam-se aos filmes de mega bilheterias, vindos dos Estados Unidos e aos nacionais que fazem grande sucesso, mas ficam restritos só ao Brasilâ€, diz.
O impacto da pirataria foi discutido por Diegues; “Pirataria é uma questão social, que reflete o custo do consumo de cinema e vÃdeo no paÃs. Não sou a favor do roubo, mas acho que a pirataria devia ser estÃmulo pra que os produtores baixassem os custosâ€, analisa. Â
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Fica
Pela segunda vez presente no festival, o cineasta Cacá Diegues comenta a importância e grandiosidade do evento e diz que o progresso da produção brasileira depende da quantidade de festivais. “Tenho o maior interesse de que o evento fique melhor e mais importante. Acho essencial um festival temático. Fui júri e vi a qualidade e importância dos filmes exibidos aqui. Grande segredo é o evento encontrar equilÃbrio entre cinema e meio ambiente, função que está sendo cumpridaâ€, observa.
Já Arnaldo Jabor, diz que considera fundamental a existência do Fica. No conjunto, o festival tem a importância de despertar o desejo de criar-se e desenvolver-se o pensamento sobre a arte e isso já serve para justificar sua existência.
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