Viagens de fim de ano: confira 7 cuidados de saúde para evitar perrengues durante o trajeto

Proteção solar, cremes hidratantes para a face e a hidratação são alguns dos pontos apresentados pelos especialistas
Viagens de fim de ano
(Foto: Unsplash/ Anete Lūsiņa)

Com as festas de fim de ano, muitas pessoas aproveitam o momento de férias e recesso para viajar. Seja para visitar familiares, destinos de descanso, ou até mesmo, celebrações de Ano-Novo, as viagens, principalmente, longas podem ser cansativas. Independentemente do trajeto ser feito de carro, ônibus, avião ou navio, as viagens de fim de ano  costumam ser demoradas e impactar  a nossa saúde. Por isso, torna-se importante adotar alguns cuidados para garantir que sua chegada ao destino seja da maneira mais leve possível. Pensando nisso, com ajuda de especialistas, selecionamos dicas de cuidados para evitar perrengues durante as férias. Veja:

Movimento

Mesmo em locais de difícil circulação, como carros, ônibus e aviões, movimentar-se durante a viagem é indispensável. “Em viagens longas, as pernas ficam para baixo e paradas na mesma posição por muito tempo. Sem contração muscular da panturrilha, o sangue não circula como deveria e acaba migrando para os tecidos ao redor, ocasionando inchaço”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). 

A médica também alerta que, em casos extremos, esse inchaço pode causar coágulos sanguíneos, trombose ou até mesmo embolia pulmonar, principalmente em pessoas que já possuem predisposição ao problema. Por isso, é importante evitar permanecer muito tempo na mesma posição. 

“No avião, procure caminhar no corredor ou movimentar os membros inferiores no seu próprio lugar. Já nas viagens de carro, faça paradas regulares para esticar as pernas”, aconselha a médica. Essa também é uma recomendação para proteger as articulações: “Ficar muito tempo sentado sempre vai gerar uma sobrecarga para o joelho e situações de desconforto”, explica o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Alimentação

Programe a sua alimentação antes, durante e depois da viagem. “Aeroportos e rodoviárias geralmente não têm muitas opções de alimentos saudáveis, então prepare-se e leve frutas, lanches naturais, barrinhas e outros snacks leves e saudáveis”, recomenda a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Durante a viagem, evite alimentos muito salgados ou doces, que desidratam o corpo, e refeições pesadas de difícil digestão. “Motoristas e pessoas que querem se manter despertas também devem evitar massas, pães e farináceos refinados de alto índice glicêmico, que podem provocar sonolência após a ingestão”, aconselha. 

Mesmo ao chegar ao destino, o cuidado alimentar deve continuar. Atentar-se à procedência dos alimentos, na verdade, é um cuidado que deve ser tomado em qualquer ponto da viagem.

Enjoo

 “Os sintomas de enjoo são desencadeados quando há algum conflito nas informações sensoriais relacionadas à visão, ao equilíbrio e à orientação espacial. É o que acontece quando estamos em meios de transportes, quaisquer que sejam. Mas o problema é especialmente frequente em navios, enquanto não é tão comum em aviões, onde a sensação de movimento é menor”, diz a otoneurologista Dra. Nathália Prudencio, médica otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido. 

Felizmente, algumas estratégias podem ser adotadas para amenizar o problema. “Existem algumas medidas que podem ajudar a lidar com essas crises, como optar por refeições mais leves antes de viajar, manter o olhar fixo no horizonte, permanecer em um ponto com bom fluxo de ar, respirar lentamente e não ler ou usar o celular enquanto o veículo está em movimento”, recomeda.

“Em alguns pacientes, a cinetose pode diminuir com a exposição prolongada ao estímulo responsável por gerar os sintomas, conforme o organismo se habitua a essa situação”, acrescenta. “Quando as crises são muito frequentes, podemos recomendar o uso preventivo de medicamentos antidopaminérgicos e anti-histamínicos, que vão atuar nos receptores envolvidos na fisiologia da náusea e do vômito para controlá-los”, explica a otoneurologista.

Álcool e hidratação

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas não é recomendado em viagens. “Bebidas alcoólicas em excesso devem ser evitadas por vários motivos, incluindo desidratação do corpo, intoxicação hepática e sintomas neurológicos, todos indesejáveis em períodos de viagens”, diz Dra. Marcella Garcez.

O álcool ainda pode ser um fator de risco para dores articulares. “O álcool pode causar o aumento do ácido úrico no sangue, condição esta chamada de hiperuricemia, que leva a inflamação das articulações e quando não tratada pode ocasionar lesões da cartilagem articular que evoluem para a artrose”, explica o ortopedista Dr. Marcos Cortelazo. 

O cuidado deve ser redobrado em viagens de avião, por conta da pressão da cabine com menor oxigenação, e em viagens de cruzeiro, já que é comum a prática all-inclusive, com refeições e bebidas à vontade, o que pode representar um perigo. 

Ingerir bebidas alcoólicas também pode ocasionar uma piora dos sintomas de enjoo do movimento. Por outro lado, em situações de viagens longas, é comum que as pessoas esqueçam de ingerir água. “Temos que lembrar que, no verão, a necessidade de água é em torno do dobro, porque se perde muita água para o meio ambiente”, explica a endocrinologista Dra. Deborah Beranger. “A quantidade de água recomendada varia de acordo com o peso, com a idade, com o sexo, se a pessoa é sedentária ou não, o tipo de trabalho (ao ar livre ou em um lugar fechado)”, complementa a endocrinologista.

Pele

O clima seco do avião pode favorecer o ressecamento da pele. “Além da falta de umidade do ambiente, o próprio ar bombeado para dentro da aeronave causa ressecamento, pois chega a temperaturas bem baixas. Com isso, ocorre uma evaporação mais rápida da água presente na pele, levando à desidratação”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

“A microcirculação do tecido cutâneo e dos gânglios linfáticos fica comprometida durante o voo. Por esse motivo, as bolsas de gordura que se alojam por baixo das pálpebras absorvem mais líquido e incham. Como a pele das pálpebras é muito fina, transparece esse inchaço causando olheiras e bolsas proeminentes”, explica a dermatologista Dra. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

Por isso, o item de beleza mais importante em viagens como essa, sem dúvidas, é o creme hidratante. “Outro cuidado importante é levar na bolsa um hidratante neutro. Este produto não deve conter ácidos ou ureia ou ativos que possam irritar a pele. É importante aplicá-lo na face toda fazendo uma leve massagem circular principalmente na área das pálpebras”, completa a Dra. Mônica.

Sol

Não é só nas viagens de carro que devemos lembrar da fotoproteção. “A fotoproteção deve ser realizada meia hora antes de embarcar e reforçar em caso de voos prolongados”, sugere a Dra. Mônica. No navio, a fotoproteção também é necessária, pois os raios solares não atingem a pele apenas de cima, mas de várias direções, pois são refletidos pela água do mar, segundo a médica.

“O protetor solar é um guardião da pele. Mas ele precisa ser reaplicado a cada duas horas em exposição direta ou em uma situação em que o paciente transpirou, tirou o protetor ao entrar no mar ou na piscina ou ainda após uso de toalha. No geral, os pacientes não aplicam protetor solar suficiente ou ficam ao sol por horas após a aplicação do protetor solar pela manhã. Isso confere uma falsa sensação de segurança”, explica a dermatologista Dra. Flávia Brasileiro.

Saúde bucal

É comum que, em viagens de avião, carro e até de navios em sistemas all-inclusive, que se esqueça da higiene oral. Para evitar isso, é interessante que você tenha um pequeno kit composto de uma escova de dentes, creme dental e escovas interdentais. 

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