O mês de dezembro é marcado pela campanha de conscientização sobre o HIV/AIDS, trazendo à tona um problema de saúde que tem se mostrado cada vez mais desafiador entre os jovens. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), em 2023 foram registradas aproximadamente 1,3 milhão de novas infecções pelo vírus no mundo, número bem acima da meta global de menos de 370 mil infecções anuais prevista para 2025. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência, com o maior aumento de novos casos concentrado em homens de 18 a 24 anos.
Para a médica infectologista e cooperada da Unimed Goiânia, Dra. Heloina Claret de Castro, o crescimento tem explicações comportamentais. “O principal fator é que o HIV não é mais visto como uma doença fatal, devido ao avanço no tratamento com medicamentos eficazes e acessíveis. Isso gerou uma falsa sensação de segurança, especialmente entre os mais jovens, que não viveram a crise do HIV nas décadas passadas. Além disso, o uso de preservativo nunca foi uma prática plenamente adotada por essa população”, explica.
Testagem e tratamento precoce
A testagem regular é uma das estratégias mais recomendadas para conter o avanço das infecções. A infectologista destaca que o diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento antes da manifestação de sintomas, contribuindo para a qualidade de vida do paciente e interrompendo a cadeia de transmissão do vírus. “Aqueles que têm uma vida sexual ativa, com exposição frequente e sem o uso de preservativos, devem fazer testes regularmente. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápido o tratamento pode ser iniciado. Hoje, uma pessoa em tratamento pode ter uma expectativa de vida praticamente igual à de qualquer outra pessoa”, afirma Dra. Heloina Claret.
Atualmente, mais de 30,7 milhões de pessoas no mundo têm acesso à terapia antirretroviral, o que representa 75% dos indivíduos que vivem com o vírus. Além do tratamento pós-diagnóstico, uma das principais ferramentas de prevenção é a profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso de medicamentos orais ou injetáveis (ainda não disponíveis no Brasil) por pessoas com maior risco de exposição ao vírus.