Poucas pessoas sabem diferenciar o vinho branco, do champagne, do espumante ou do prosecco, mas o que ninguém nega é que são bebidas que combinam perfeitamente com festas e encontros elegantes. Por harmonizam bem com diversos petiscos, queijos, frutas e pratos principais, agradam até os paladares mais exigentes.
Muitos fatores são responsáveis por criar tamanha variedade de sabores, a começar pelo modo como cada variedade é produzida. Todo vinho nasce a partir da transformação do açúcar das uvas em álcool pelas leveduras – processo conhecido por fermentação alcoólica, que basicamente transforma o mosto – o suco da uva – em vinho. O produto resultante desse processo é o vinho tranquilo, ou seja, sem gás carbônico.
Coloração dos vinhos
“A principal variação nessa gama é em relação à coloração, que se dá pelo contato do mosto com as cascas das uvas”, explica Marina Bufarah de Souza, sommelière do clube de assinatura de vinhos Wine. “Na produção de vinhos brancos as cascas são retiradas e os vinhos ficam com a cor natural do suco.”, acrescenta.
No caso dos vinhos rosés, as cascas ficam apenas algumas horas em contato com o mosto, tempo suficiente para adquirir o tom de rosa desejado pelo produtor. Finalmente nos tintos, as cascas das uvas ficam dias em contato com o mosto, dando toda sua intensidade de cor aos vinhos. Uma curiosidade, é a possibilidade de fazer vinho branco com variedades de uvas tintas, uma vez que o suco das uvas tintas também é branco.
Vinhos espumantes
Ao adicionar uma mistura fermento, vinho e açúcar, chamada licor de tiragem, a um vinho tranquilo ocorre uma segunda fermentação e o surgimento do gás carbônico, dando assim origem aos vinhos espumantes. Este processo dá origem a um novo estilo de vinho, sinônimo de alegria e celebração, capaz de abranger algumas variações bastante conhecidas como Champagne e Prosecco, que se diferenciam em muitas características.
“Champagne é uma região no norte da França e apenas os espumantes produzidos nesta área podem receber esse nome”, acrescenta a sommelière. Além dos limites regionais, é preciso seguir uma série de regras que regulamentam a A.O.C – Apelação de Origem Controlada Champagne.
Uma das regras importantes, por exemplo, é o uso de uvas específicas, como Chardonnay e Pinot Noir, além da elaboração dos espumantes pelo Método Tradicional, no qual a segunda fermentação acontece dentro da própria garrafa. Nesse processo, o espumante fica em contato com as leveduras, ganhando estrutura e complexidade de aromas e sabores, como notas de brioche e pão tostado.
No caso do Prosecco, também temos uma região e uma D.O.C. – Denominação de Origem Controlada, que abrange o Vêneto e Friuli Venezia Giulia, na Itália. Além de ser produzido em outra área, esse vinho é elaborado por outra variedade de uva, a Glera e, por outro método de produção, chamado Charmat, a partir do qual a segunda fermentação acontece em tanques de aço inox, preservando a leveza e o frescor da bebida, bem como suas notas frutadas e florais.
Como diferenciá-los
A sommelière explica que para aprender a diferenciá-los, o ideal é começar por rótulos que expressem as características mais marcantes de cada estilo. O Champagne Montaudon Brut, por exemplo, vai surpreender seus sentidos, com notas de frutas brancas, mel, pão e fermento no aroma, além de preencher o paladar com sua cremosidade, boa acidez, médio corpo e delicada perlage.
É interessante também fazer uma degustação com a presença de um vinho branco clássico como o U by Undurraga Valle Central Sauvignon Blanc 2021 em que não ocorreu uma segunda fermentação e no paladar se apresenta de forma leve, com notas cítricas e herbáceas, além acidez vibrante que lhe confere uma refrescância marcante.
“No mundo dos vinhos, o interessante é degustar e aprender sobre a variedade de experiências possíveis, o que possibilita diferentes harmonizações, sempre se atentando às características e sabores que se destacam tanto na bebida quanto no prato, finaliza Bufarah.