A Universidade Federal de Goiás (UFG) inaugura a Cátedra Lídia Jorge, primeira na Rede Camões no Brasil dedicada a uma mulher escritora. O lançamento ocorrerá nesta terça-feira (19), às 14h30, no auditório da Faculdade de Letras da UFG.
Lídia Jorge, reconhecida por sua obra de potência social e estética, marcará presença para promover os estudos na área e estabelecer intercâmbio entre discentes, pesquisadores e autores.
Aberto ao público, o evento visa não apenas enaltecer a escritora, mas também expandir o ensino da literatura portuguesa no país, conforme destaca Laís Thomaz, secretária de Relações Internacionais da UFG. “A Cátedra Lídia Jorge irá integrar a Rede de Cátedras Camões no Brasil e fomentar a interação nesse espaço, propondo projetos, ações de divulgação e intercâmbios, visando a ampliação do ensino de língua portuguesa”, afirmou.
Lídia Jorge
Poeta, contista e, acima de tudo, uma prestigiada romancista, Lídia Jorge iniciou sua profícua carreira com o romance O Dia dos Prodígios, em 1980. Considerada uma das maiores escritoras de Língua Portuguesa, seus textos têm uma relevância importante também pelo empenho de temáticas pós-coloniais, tendo enorme sensibilidade para questões políticas das colônias portuguesas. “Destacam-se, em sua obra de ficção, temas como o passado colonial e ditatorial; as tensões entre a sociedade moderna e pós-moderna; a condição feminina e a emigração”, pontuou o professor.
Seu último livro, Misericórdia, foi lançado em outubro de 2022, a partir de um pedido da mãe da escritora. Mesclando ficção e suas memórias, Lídia Jorge traz uma reflexão sobre a instabilidade na vida moderna e a passagem do tempo.
Entre as dezenas de premiações recebidas, destaca-se a condecoração recebida pelo presidente português, Jorge Sampaio, em março de 2005, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. Também neste ano, foi condecorada como Dama da Ordem das Artes e das Letras, na França, sendo elevada ao grau de Oficial de 2015. Já na Alemanha, Lídia Jorge recebeu o Prêmio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra.
No ano de 2022, a romancista recebeu o Prêmio do Clube das 25, da Associação Feminista Espanhola, pela sua luta pela igualdade de oportunidades. Sua obra mais recente, Misericódia, recebeu ainda o Prêmio Médicis, para melhor livro estrangeiro.