Há 13 anos, desde o lançamento de Avatar, a sequência de um dos maiores sucessos do cinema, “Avatar: O caminho da água”, chegou e trouxe diversos elogios à qualidade de suas imagens. Mas em meio às críticas positivas, houve muitas contrárias a uma tecnologia utilizada no longa que ainda gera muita controvérsia no meio cinematográfico: os 48fps.
“Frames por segundo”, popularmente conhecidos como fps, descreve a quantidade de imagens utilizadas para formar um vídeo. Tradicionalmente o cinema utiliza a média de 24fps, no entanto, há algum tempo alguns diretores têm investido em taxas de quadros mais elevadas, como em 48fps, onde o número de cenas por segundo dobra.
Um dos primeiros casos de grande projeção da utilização da tecnologia foi no lançamento de “O Hobbit”, em 2012, onde houve diversos relatos de pessoas que passaram mal e sentiram dores de cabeça e náuseas ao assistir o filme rodado em 48fps, enquanto outros elogiaram a fluidez das novas imagens.
De acordo com o Pós PhD em neurociências, o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o fenômeno pode ocorrer tanto pela falta de proximidade quanto pelo maior esforço que o cérebro faz para identificar as imagens geradas por essa tecnologia. “As imagens gravadas em 48fps utilizam o dobro de quadros que os filmes utilizam tradicionalmente, o que gera um estranhamento a princípio pela nova forma com que as imagens são apresentadas, mas além disso, esse aumento drástico de informações na tela pode gerar dificuldades para o cérebro interpretar as informações”, relata.
No entanto, diferentemente de“O hobbit”, Avatar 2 não utilizará a tecnologia em todo o filme e sim em apenas algumas cenas específicas. Uma opção feita pelo diretor como forma de aumentar a riqueza de detalhes da produção e reduzir a rejeição e os efeitos colaterais que muitos sentem ao assistir gravações feitas utilizando a tecnologia.
“O cérebro precisa se esforçar mais para identificar as imagens que estão sendo transmitidas, em especial as em “close-up”, onde a proximidade da imagem com um personagem ou objeto faz com que haja tantos detalhes que o esforço feito pelo cérebro para captá-los pode gerar dores de cabeça e náuseas” afirma Fabiano de Abreu.