Na madrugada do dia 7 de setembro, a empresa goiana Brasil Vida Táxi Aéreo realizou voo solidário ao Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para o transporte de um coração e pulmão. Os órgãos foram transplantados em pacientes assistidos pelo médico cirurgião cardíaco Ronaldo Honorato.
Após a notificação de morte encefálica de um homem, de 34 anos, no município de Presidente Prudente (SP), uma equipe com quatro médicos embarcou em um jato da Brasil Vida Táxi Aéreo, a partir do Aeroporto de Congonhas, às 0h40, para a captação dos órgãos a serem doados. Cada voo teve duração de cerca de uma hora.
“Foi uma operação muito especial e concluída com sucesso. Terminamos a cirurgia por volta das 6h da manhã e três horas depois o coração captado já batia no peito do paciente receptor”, explica Ronaldo Honorato. “Fruto de um esforço coletivo e uma logística aérea eficiente que salvou a vida de outras pessoas”, acrescenta o médico.
Após receber o novo coração, o receptor irá passar por protocolos, monitoramento e avaliação médica para que tenha 100% de sucesso em seu transplante. O receptor do pulmão também passará pelos mesmos protocolos durante o pós-operatório.
O desafio para salvar mais vidas
O prazo entre a captação de um órgão e o transporte ao receptor potencial é um dos desafios para salvar a vida de quem espera por um transplante no Brasil. Segundo a empresa, foram mobilizadas previamente ambulâncias terrestres para que o deslocamento entre terminais e hospitais ocorresse com agilidade e segurança.
A Brasil Vida Táxi Aéreo, que já realizou outras operações para o transporte de órgãos, tecidos e equipes médicas, explica que um sistema nacional dedicado à logística destes procedimentos resulta em mais vidas salvas.
“Tivemos um avanço importante nos últimos anos, o Brasil é campeão em transplante público de órgãos, mas uma estrutura aérea eficiente e dedicada pode fazer com que mais brasileiros e até mesmo pacientes de outros países sejam salvos por meio da generosidade de nossa gente”, enfatiza o diretor comercial da Brasil Vida Táxi Aéreo Daniel Henrique.
Em 2018, a Brasil Vida Táxi Aéreo foi contratada para repatriar da Inglaterra uma brasileira desenganada pelos médicos após a evolução de uma doença congênita no coração, a Estenose Subaórtica Hipertrófica Idiopática. Maria Raquel Bonito vivia naquele país há décadas e, retornou ao Brasil naquele ano para receber um novo coração. O órgão compatível, de um homem de 32 anos, foi disponibilizado a tempo.
“Eu sabia que não queria e não iria morrer. Eu sempre acreditei muito no transplante e quando aconteceu, eu me senti em um conto de fadas”, afirma Maria Raquel, que retornou ao país britânico após a recuperação e hoje leva uma vida normal.
Para Maria Raquel, sua viagem de mais de 20 horas, com sete escalas, demonstra que um plano logístico pode salvar muitas outras vidas no Brasil e em outros países. “Embarcar para o meu país foi o início de uma viagem mágica. Quando chegamos em Goiânia, recebemos um café da manhã da Brasil Vida como recepção”, contou Raquel. “Me senti acolhida.”
Na época, a empresa goiana, com atuação global, auxiliou a família nos trâmites burocráticos para assegurar que o embarque ocorresse naquele país com destino ao Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde a paciente recebeu novo coração. Atualmente, Maria Raquel Bonito corre mini-maratonas de 5 quilômetros.