A Dismorfia Corporal, ou Síndrome de Distorção da Imagem, afeta mais de 150 mil brasileiros todos os anos. A síndrome faz com que vejamos algo totalmente diferente no espelho ou que nossos defeitos pareçam muito maiores do que realmente são. Porém, uma tendência que tem ocorrido agora na era do Instagram é a Dismorfia das Selfies.
Segundo um artigo publicado em 2019 pelo jornal acadêmico da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica, as pessoas deixaram de levar fotos celebridades que gostariam ficar parecidas e passaram a mostrar mais selfies de si mesmas. A diferença é que elas estão sob os efeitos de filtros. Quem passa muito tempo nas redes sabe que os efeitos mais usados, tanto em vídeos quanto fotos, são aqueles que alteram as linhas do rosto.
Doutor Willian Ortega, cirurgião dentista e especialista em harmonização facial, defende que é sempre importante mantermos a autoestima e não há nada de errado em corrigir algo que incomoda. “Mas ao mesmo tempo, muitas pessoas podem perder a linha entre a realidade e a fantasia e este visual inatingível é muito frustrante para o paciente”, alerta.
A busca pela aparência do filtro pode se transformar ainda em um resultado que não agrada, o que pode diminuir ainda mais a satisfação pessoal. É possível ficar parecido com a versão filtrada, porém nem sempre o que funciona em uma foto, com ângulo e iluminação perfeitos, vai ser real e satisfazer no dia a dia.
O que o especialista busca oferecer aos pacientes, é ressaltar o que eles têm de mais harmonioso. “Nossos traços mais marcantes podem acabar perdidos em meio a outras feições, que não favorecem tanto a simetria do rosto”, finaliza.