A vereadora Dra. Cristina (PL) anunciou, nesta terça-feira, 28, por meio de sua advogada Nara Bueno, que protocolou no Ministério Público e na Polícia Federal o pedido de anulação dos Demonstrativos de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) da coligação Pra Goiânia Seguir em Frente, que tem como candidato Maguito Vilela (MDB) à Prefeitura de Goiânia, e do Partido Liberal (PL). Doutora Cristina conseguiu o registro de candidatura e aguarda julgamento, que deve ser feito até 20 de outubro.
Para provar a irregularidade, a defesa da vereadora vai apresentar as filmagens do dia da convenção e a transcrição dos diálogos do evento. “Já está tudo taquigrafado e a Justiça Eleitoral hoje aceita vídeos como provas. Além das testemunhas que participaram. Podemos chegar até ao Supremo Tribunal Federal (STF)”, observou a advogada eleitoralista Nara Bueno, ao observar que o fato é inédito e, portanto, será “uma navegação em águas desconhecidas.”
“O PL apresentou à Justiça Eleitoral uma ata fraudada. Nela, eles nem citam o nome da Doutora Cristina. Estamos fazendo isso hoje em nome da liberdade e para despertar a consciência política. Para informarmos que a luta será grande”, disse ela, ao explicar que o objetivo é anular a coligação do PL com o MDB e dar a Doutora Cristina o direito de levar adiante a candidatura à prefeitura pelo PL.
A vereadora havia sido escolhida como nome do partido em convenção realizada no dia 16 de setembro, mas o PL voltou atrás para apoiar o candidato do MDB em Goiânia, Maguito Viela, e, segundo a advogada eleitoralista, a direção municipal transmitiu à Justiça Eleitoral, no dia 17, uma outra ata. “Para nosso espanto, ela dizia que havia sido feita coligação com o MDB e seria lançado apenas candidaturas legislativas”, observa ela. Tanto na convenção quanto na ata enviada constam os nomes dos 43 candidatos a vereador, excluindo o nome de Doutora Cristina.
Nara Bueno explica ainda que quando um partido frauda um documento e o entrega à Justiça Eleitoral ele comete crime, e este é o objeto da ação, que, segundo ela solicita punição para quem a transmitiu e quem foi o mentor. “Transcende a eleição e a fé com a legitimidade da eleição e das convenções partidárias. Uma fraude desse nível afeta todo o pleito, afeta cada cidadão. ”
Ela criticou a atuação das direções que tratam o partido como instituição particular e o preconceito com as mulheres. “Não estamos falando de uma festa realizada em local privado, de uma empresa, onde se pode dizer o que deve ser feito, mas de um partido político”, salientou Nara.
Com candidatura registrada, Doutora Cristina explicou que está participando de eventos e promovendo ações como candidata, enquanto aguarda o julgamento. “Só não posso ter despesas, porque não liberaram o CNPJ da campanha. Mas as redes sociais estão aí e são gratuitas. Estou também participando de entrevistas e sabatinas, inclusive tendo o meu nome incluído pelos veículos de comunicação nos sorteios para entrevistas” disse ela.
Doutora Cristina criticou a atitude do PL, principalmente o dirigente estadual, Flávio Canedo, e a deputada federal e esposa de Flávio, Magda Mofatto. “Dessa vez, eles foram longe demais. Deixaram realizar a convenção e, depois de tudo pronto, com um telefonema tudo foi desfeito, anulado”, lamentou ela.
Doutora Cristina ressaltou que respeita as composições partidárias, mas que elas devem ser feitas de forma transparente. “E não foi feito assim. Por isso entramos nessa luta. Temos elementos concretos para apresentar. Temos provas suficientes”, disse a candidata.