Chega ao fim, nesta quinta-feira (20/8), o Ano Cultural Cora Coralina, decretado pelo governador Ronaldo Caiado em agosto de 2019. O encerramento contou com solenidade no Palácio das Esmeraldas. Na ocasião, o governador anunciou a liberação de R$ 120 mil ao Museu Casa Cora Coralina por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás). De portas fechadas desde o início da pandemia, a instituição enfrenta dificuldades.
Ronaldo Caiado também pontuou que o Ano Cultural Cora Coralina não foi apenas um decreto formal, e sim um fator que propiciou a realização de diversos eventos que além de homenagearem a escritora, também difundiram ainda mais seu legado literário. “A projeção era fazer uma grande festa hoje, na Cidade de Goiás, na nossa Praça do Chafariz”, comentou, ressaltando que “ todos os documentos encaminhados, de lá para cá, tem o selo do Ano de Cora Coralina”.
O secretário de Cultura de Goiás, Adriano Baldy, reforçou que mesmo com a conclusão do ano cultural, as ações relacionadas à Cora Coralina continuarão sendo divulgadas e apoiadas pela pasta, por se tratar de “uma grande expoente da literatura feminina goiana”. “Hoje, no Teatro Goiânia, teremos a apresentação com os cantores Marcelo Barra e Maria Eugênia dentre outras atrações para arrecadar doações para o Museu Casa Cora Coralina, que precisa da nossa ajuda nesse momento”.
Solenidade
A cerimônia que marcou o fim do Ano Cultural Cora Coralina contou recitação de um poema da escritora pela atriz Pollyana Bento, apresentação musical do violinista Lukas Santana, que tocou músicas regionais de artistas da antiga Vila Boa e mensagem especial do neto de Cora, Rúbio Tahan, por vídeo conferência.
Várias autoridades participaram da solenidade, entre elas, o secretário Municipal de Cultura de Goiânia, Kleber Adorno; e os presidentes da Academia Feminina de Letras de Goiás (Aflag), Sandra de Pina; da Associação Goiana de Imprensa (AGI), Valterli Guedes; da União Brasileira dos Escritores – seção de Goiás (UBE-GO), Ademir Luiz; e o superintendente do Iphan em Goiás, Allyson Ribeiro e Silva Cabral.
De Goiás para o mundo
Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, mais conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, antiga Villa Boa, no dia 20 de agosto de 1889, na Casa Velha da Ponte, às margens do Rio Vermelho, casa que hoje abriga o museu que conserva a memória da escritora.
O reconhecimento de Cora Coralina como escritora veio a partir de 1975, quando finalmente começou a receber a merecida fama no Brasil e no exterior, com participações em eventos literários, entrevistas e solenidades em Goiás e muitas outras cidades brasileiras.
Cora também foi agraciada com diversas premiações e títulos de honraria, além de homenagens memoráveis, até mesmo internacionais. A poetisa vilaboense foi tema da 15ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), em 2013, ilustrando todo o material gráfico do festival, foi agraciada na 34ª edição do tradicional Festival de Cinema sobre Arte e Biografias de Asolo, no Nordeste da Itália, em 2015, tema da Casa Cor, em 2017, e reverenciada pela plataforma digital Google, também em 2017.
Em sua biografia somam-se o lançamento do segundo livro, Meu Livro de Cordel, em 1976, uma segunda edição de Poemas dos becos de Goiás, no ano de 1978, Vintém de cobre – meias confissões de Aninha, em 1984; Estórias da Casa Velha da Ponte e o livro infantil Os meninos verdes, em 1985. Cora Coralina faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985, aos 95 anos, deixando um grande legado artístico.