Transferência da capital para a cidade de Goiás é cancelada

Em razão da pandemia do novo coronavírus, a transferência simbólica da capital para a cidade de Goiás, que ocorre desde 1961 no dia 25 de julho, não será realizada. Foi com pesar, mas sabendo da responsabilidade que tem como gestor e médico, que o governador Ronaldo Caiado anunciou o cancelamento do evento este ano, por meio de suas redes sociais.

“Dentro dessa situação que estamos vivendo, infelizmente nós não teremos a transferência da capital. Eu quero deixar aqui os meus cumprimentos a todos e dizer a vocês que, no ano que vem, nós vamos fazer uma festa redobrada para comemorar”, informou o governador, que parabenizou ainda a população pelos 293 anos que a cidade comemora em 2020.
Mesmo sem a solenidade que reúne tradição e modernidade na Praça do Coreto, no Palácio Condes dos Arcos, ou em tantos outros monumentos históricos, o Governo de Goiás, desde o início da gestão Caiado, tem direcionado ações ao município. Em 2019, por exemplo, o governador reabriu as Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) no Hospital São Pedro de Alcântara, começando, assim, a cumprir a meta de acabar com a “ambulancioterapia” e a regionalizar a Saúde no Estado.
Na área do turismo, Caiado injetou recursos, por meio da GoiásTurismo, para o Caminho de Cora. O objetivo é valorizar a cultura local, gerar mais emprego e renda aos moradores e divulgar as belezas naturais e imateriais do município que se tornou Patrimônio Cultural Mundial em 2001. Foi oportunizado, ainda, pelo Executivo o programa Goiás Empreendedor, que viabiliza créditos para pequenos comerciantes, por meio da GoiásFomento, com taxas de juros bem menores do que as praticadas no mercado financeiro.
Para homenagear uma das principais poetas brasileiras, que mereceu do que ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade a referência de “diamante goiano”, o governo Caiado instituiu o Ano do Centenário de Cora, entre 2019 e 2020. E nas palavras do famoso mineiro, o apreço eternizado, no livro “Vintém de Cobre” por uma das riquezas produzidas entre a Serra Dourada e o Rio Vermelho:
“Cora Coralina, tão gostoso pronunciar esse nome, que começa aberto em rosa e depois desliza pelas entranhas do mar, surdinando música de sereias antigas e de Dona Janaína moderna”.
Histórico de Goiás
Berço político do Estado, a cidade de Goiás surgiu com a chamada “corrida do ouro”. Foi fundada em 1727, por Bartolomeu Bueno da Silva Filho, com o nome de Arraial de Sant’Anna. Tornou-se Vila Boa de Goiás, em 1739, em homenagem a Bartolomeu Bueno e, ao mesmo tempo, aos índios Goyazes, seus primitivos habitantes.
Vila Boa foi elevada a capitania geral em 8 de novembro de 1749, quando separou-se da capitania de São Paulo. Tornou-se cidade em 17 de setembro de 1818, por meio da carta Régia de Dom João VI, com o nome de cidade de Goiás, mas a publicação no Correio Oficial só aconteceu exatamente um século depois, em 17 de setembro de 1918. Foi capital do Estado até 1937, quando Pedro Ludovico efetivou a mudança da sede do governo para Goiânia.
Em 26 de julho de 1961, o então governador do Estado de Goiás, Mauro Borges, filho de Ludovico, assinou o decreto que transformou o Palácio Conde dos Arcos em monumento histórico e residência de inverno dos governadores, bem como estabeleceu que, a partir daquele ano, no dia do aniversário da cidade (25 de julho), todos os líderes do Executivo goiano despachariam o expediente na cidade de Goiás.
No mesmo ano, as homenagens à antiga capital do Estado e a transferência dos Poderes para a cidade de Goiás foram estendidas com a edição da Lei nº 3.635, de 10 de outubro de 1961, que colocou o município sob a proteção especial do Estado, prevendo uma semana de eventos e outras ações específicas para a sua conservação como patrimônio histórico e cultural. Com isso, até 1978 os eventos continuaram a ser realizados, até a revogação da legislação que estabelecia a transferência para a antiga capital do Estado, em julho de 1979, com a Lei nº 8.663, sancionada pelo então governador Ary Valadão.
O ato de transferência da capital do Estado só voltou a ser realizado em 1984, após a edição de uma nova legislação, a Lei nº 9.314, de 21 de junho de 1983, sancionada na época pelo governador Iris Rezende Machado. De 1984 para cá o evento ocorreu de forma ininterrupta até este ano, impossibilitado pela grave crise de saúde pública ocasionada pela pandemia do coronavírus em nosso Estado.
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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